Duramente atingidos pela política neoliberal, juventude da periferia sai às ruas para lutar contra o regime golpista. Os ataques por parte do governo de Jair Bolsonaro e seus asseclas têm promovido uma agudização da luta de classes. Oprimidos de todas as formas, os jovens não têm encontrado outra forma senão a luta nas ruas.
O debate político vem tomando novas formas nas últimas semanas. Com o crescimento das mobilizações em diversos países e o agravamento da situação da pandemia no Brasil, o dique de contenção que impunha limites ao levante popular foi quebrado. No dia 30 de maio uma nova etapa se abriu com a convocação de manifestações pelas torcidas de futebol, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dando sequência, no domingo seguinte, 7 de junho, as manifestações tomaram várias cidades do país – novamente puxadas pelas torcidas organizadas – e movimentos populares como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
O conteúdo das mobilizações, majoritariamente composto por jovens das periferias, negros, trabalhadores de aplicativos e outros setores que não veem nenhuma perspectiva diante da ruína do sistema capitalista, assumiu sua forma combativa contra os elementos da extrema-direita em diversas ocasiões. Por outro lado, cresce a violência policial nas comunidades mais pobres, na tentativa de reprimir qualquer ensejo popular capaz de colocar abaixo todo o regime. Essa repressão por parte do Estado, não obstante, tem aumentado a animosidade do povo em relação aos agentes repressores e jogado combustível na chama que se acendeu recentemente. Palavras de ordem exigindo o fim da Polícia Militar (PM) já fazem parte da crescente convulsão social. Os casos envolvendo o garoto Miguel (5 anos), João Pedro (14 anos), João Vitor (18 anos) e Rodrigo Cerqueira (19 anos) são apenas alguns entre tantos outros que ocorrem todos os dias.
Embora haja uma polêmica quanto a possibilidade de mobilização nas ruas, os setores mais oprimidos trataram de não dar ouvidos à cantilena da esquerda pequeno-burguesa e assumiram a frente de batalha. A política do “fique em casa”, por sua vez, tem servido aos golpistas no intento de frear a polarização política. Se na luta entre a classe operária e a burguesia, a burguesia assume o modus operandi fascista, a classe operária precisa tomar as ruas e traçar uma política independente, isto é, sem Frente Ampla com os representantes da burguesia.