É incontestável o crescimento da tendência de luta dos explorados em todas as regiões, Estados e cidades mais importantes do país. Nas últimas semanas, milhares de manifestantes realizaram atos de protestos em quase todas as capitais para demonstrar o repúdio dos setores populares, dos trabalhadores e da população pobre contra o governo de extrema-direita fascista, de Jair Bolsonaro.
Os atos estão sendo organizados e impulsionados pela parcela mais explorada da população, como as torcidas organizadas dos times de futebol, que em sua essência é composta pelos setores mais proletarizados e explorados da sociedade. Aos protestos somam-se também diversos outros segmentos sociais esmagados pela política de ataque dos golpistas, que aprofundam a barbárie social no país, agravada pelo crescimento vertiginoso do desemprego, agravado pela crise epidêmica nacional do coronavírus.
Nesse contexto, setores da esquerda nacional descolados da luta real das massas buscam aproximar-se dos movimentos de luta e influenciá-los, não para impulsioná-los, mas para atuar como freio e contenção ao desenvolvimento da luta independente das massas populares.
Uma das pretensas lideranças dessa política oportunista é o militante do Psol, Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Boulos se arvora como liderança de massas, mas nunca defendeu, de forma consequente, a ida para as ruas para fazer o enfrentamento com os fascistas, com a extrema-direita. Sempre foi partidário dos atos virtuais, tendo inclusive defendido este “método de luta” na reunião da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo. De partidário da política do “fica em casa”, Guilherme Bolulos surge, de forma surpreendente, como pretensa liderança dos atos e protestos antifascistas, tentando direcionar a luta não para o terreno do confronto e do enfrentamento com a extrema-direita, mas para o terreno pantanoso da conciliação, da “convivência democrática” com os bolsonaristas, fascistas.
O extremo dessa política dócil e conciliadora com os fascistas ficou expressa no desvio dos atos marcados para o dia nacional de luta, ocorrido em 7 de junho, quando Boulos, depois de um acordo com a reacionária e assassina Polícia Militar de São Paulo, transferiu o ato, que seria realizado na Av. Paulista, para o Largo da Batata, local sem nenhuma identidade com a luta e as mobilizações que ocorrem na capital paulista. A manobra de Boulos não teve outro objetivo a não ser o oposto do óbvio, e que vem sendo o desejo das massas populares e dos que se mobilizam: confrontar e enfrentar a extrema-direita fascista e expulsá-la das ruas, limpando as praças do país dessa verdadeira escória social apodrecida, pérfida e abjeta, que é o fascismo tupiniquim.
É preciso ficar claro que a política oportunista e divisionista do senhor Guilherme Boulos é uma contribuição do militante do Psol à confusão, à dispersão e ao enfraquecimento da luta contra o bolsonarismo e o fascismo reacionário. Não é possível enfrentar e derrotar a extrema-direita com atos virtuais, ou manifestações pacíficas, respeitando o “direito” dos fascistas em também ocupar as ruas, como se a extrema-direita brasileira fosse um movimento “democrático”, que defende outras “ideias diferentes para o país”.
Já no último domingo, dia 14, por pressão dos movimentos e do PCO, o senhor Boulos compareceu à Paulista, numa tentativa de não se isolar das tendências combativas de luta presentes no seio das massas populares. A política do senhor Boulos, portanto, é um exemplo do que não pode e não deve ser aceito por aqueles que buscam o enfrentamento com o governo Bolsonaro e seus apoiadores, a extrema-direita fascista.