De norte a sul do país, estudantes organizam espontaneamente ações solidárias. Frente ao programa genocida do governo Bolsonaro, a comunidade estudantil se esforça para substituir a assistência que o estado deveria promover. Essa práticas são um indicativo de que a pandemia não é um impedimento para a juventude se mobilizar.
Maria Eduarda Ribeiro de Freitas, aluna do 1°ano do ensino médio, mora no sítio São José, em Carnaúba (CE). Com a ajuda de sua comunidade, organizou um método para que os estudantes que não tem acesso ao ensino remoto imposto sobre os secundaristas e o ensino básico durante a pandemia, pudessem continuar estudante. O delivery de aulas funciona com a distribuição de atividades e apostilas impressas nas casa dos alunos.
O mesmo aconteceu no município de Baixo Guandu, no Espírito Santo, onde alunos estão recebendo o material, distribuído pela comunidade, desde o dia 15 de abril. A responsável pelo escolas do campo na cidade, Luiza Corrêa esclarece:
“Aqui, algumas famílias não possuem sequer um telefone simples para contato. Têm crianças que moram em grotas, sem aparelhos, onde a professora tem que levar na porta da casa as atividades. Não existe outra solução, e as professoras do campo fazem isso com muito carinho”
É importante ressaltar que os bolsonaristas não têm nenhuma preocupação em fazer valer seu ensino à distância, apenas pretendem economizar não cancelamento o semestre e avançando com o sucateamento do ensino. Ao mesmo tempo, não tem nenhum programa para combater a crise, e pretendem continuar com o genocídio do povo pobre. As plataformas de EaD são super desorganizadas, muitos estudantes não conseguem nem abrir o aplicativo em seus aparelhos, sem contar que o conteúdo dado dessa forma sem nenhuma preparação devida é péssimo. Mesmo assim, os estudantes e professores se dispõem a mobilizar suas famílias e toda a comunidade para fazer o mínimo que o estado deveria. Isso deixa claro que a política da esquerda pequeno burguesa do #ficaemcasa e do “vamos esperar a pandemia passar para mobilizar a juventude” é completamente inócua e fora da realidade.