O PSTU chegou a participar dos atos do dia 13 de junho pelo “Fora Bolsonaro”. Rompendo a barreira da maior parte da esquerda pequeno-burguesa, ele se recusa até agora a convocar a mobilização nas ruas.
A participação de todos os partidos e organizações que assinaram o pedido de impeachment de Bolsonaro nos atos de rua é essencial para criar um bloco de esquerda e popular para derrubar o governo golpista. Uma frente única que tome a iniciativa da situação política contra as tentativas daqueles que procuram formar uma frente ampla com os setores da direita golpista.
No ato em Curitiba, os militantes do PSTU pareciam não entender o que é exatamente uma frente única, ou seja, uma frente que reúna as organizações populares e de esquerda de diferentes programas e ideologias em torno de um objetivo comum, que no caso é o “Fora Bolsonaro”.
Esses militantes usaram o carro de som do ato para atacar os governos do PT, chamando Lula e Dilma de corruptos. O PSTU tem todo o direito de ter as mais absurdas concepções sobre o que foram os governos do PT e até mesmo sobre a campanha da direita sobre o PT. O que chama a atenção é que num ato que deveria prezar pela formação de uma frente de luta, o discurso do PSTU só pode contribuir para dificultar qualquer frente única.
Tanto é assim que militantes de base do PT presentes no ato, inclusive membros de torcidas organizadas que participavam, ficaram revoltados com a fala do PSTU. A desavença quase chegou às vias de fato.
É preciso dizer claramente que, para uma frente única, é preciso uma política que procure agrupar os setores da esquerda em torno de um ponto comum. Não dá para fazer unidade xingando o PT, inclusive porque o PT é o partido com a maior base de toda a esquerda, disparadamente. É justamente essa base de trabalhadores e militantes que deve estar unificada em torno da luta contra Bolsonaro. O PSTU está levando para dentro do movimento contra o governo de Bolsonaro à sua velha política do “fora todos”, ou seja, que procura igualar o PT e a direita e chegou ao ponto de afirmar que não houve golpe. Assim, realmente fica complicado unir a esquerda.