Segundo o Sindicato da Construção Civil de São Paulo, SIntracon-SP, até o momento, 57 pessoas já morreram por Covid-19 em São Paulo: 39 operários, cinco empreiteiros e 13 familiares, só na região metropolitana. O levantamento é do inicio de maio, a situação deve ser muito pior, pois continuam acontecendo afastamentos de funcionários com suspeita de contaminação e a falta de testes para os trabalhadores é gigantesca. Lembrando também que a sub notificação é uma realidade não só no setor da construção mais em todo país.
A maior parte dos funcionários não são testados ao apresentarem os sintomas, apenas afastados. Além disso a empresa não fecha, continua trabalhando, com operários muitas vezes contaminados que não apresentam os sintomas no entanto a transmissão do vírus continua e acontece de forma desenfreada. Isso se dá porque o presidente ilegitimo fraudulento e golpista assinou um decreto declarando que a construção civil é atividade essencial e não deve parar, o governador bolsonarista João Dória segue a mesma politica de salvar os lucros dos capitalistas em prol da vida dos trabalhadores.
A explosão nos casos do vírus Corona na construção civil já era de se esperar, o contato entre os trabalhadores é enorme, desde refeitórios, manuseamento de ferramentas, banheiros, elevadores e etc. Um estudo realizado pela USP e a Fundação Getúlio Vargas apontam que agora com a reabertura do comércio no estado mais populoso do país, segundo as previsões, o total de mortes notificadas em São Paulo alcançaria o total de 24.900, em contraste com o número dos 14.600 óbitos que eles preveem que ocorreriam até o início de julho sem a reabertura, um aumento de 71%.
Dos cerca de 680 mil trabalhadores do setor da construção civil em São Paulo, Antonio de Sousa Ramalho diretor do Sintracon afirma que 20 mil operários foram testados e tiveram acesso ao resultado de 17 mil, onde 4.760 (28%) trabalhadores testaram positivo para o coronavírus destes, 60% não apresentavam sintomas. Para o site de noticias Publica Ramalho afirma que teve 40 mil afastamentos de trabalhadores por apresentarem sintomas do Covid-19 e que voltaram a trabalhar e não foram testados, e não sabem se estão contaminados ou não.
Para o G1 no final de maio Ramalho comenta,”Eu disse ao ministro da Economia, Paulo Guedes, certa vez: é de se questionar o motivo da construção civil ser serviço essencial. É essencial porque movimenta a economia, mantém empregos, em um grande número. Mas não é essencial do ponto de vista de necessário, ninguém come pedra brita, tijolo, cimento”. Fica claro que politica da direita e dos patrões em classificar como essencial a construção a civil é simplesmente para que as construturas continuem lucrando, enquanto os trabalhadores e seus familiares morrem.
São Paulo notificou nesta segunda-feira (15) 178 mil casos confirmados de coronavírus e nada menos do que 10.694 mortes decorrentes da doença. Um fato curioso é que 409 pessoas morreram em casa com sintomas de Covid-19, dito de outra forma, 6 pessoas por dia desde que teve início a epidemia no estado. Confirmando a sub notificação já denunciada em inúmeras pesquisas desde o começo da pandemia, também temos números assustadores de mortes por complicações respiratórias e que não entram nas divulgações oficiais de óbitos decorrentes do vírus.
Apesar de o sindicato estar convocando uma greve geral da categoria para esta terça-feira, dia 16 de junho ele pedem para que os trabalhadores fique em casa, o correto é nas ruas contra a direita fascista. Os trabalhadores além de exigir testes para todos os operários, aumento de salario e vale alimentação, devem também exigir paralisação do trabalho por tempo indeterminado sem cortes de salários e nenhuma demissão deve ser aceita até o fim da pandemia. É preciso reforçar que os trabalhadores deve se organizar e mobilizar nas ruas.