Em abril, atingiu o maior índice para o mês desde o início da série histórica em 2001. Mesmo os números oficiais, que já devem ser subestimados devido a farsa das investigações, dão conta do aumento do extermínio da população pela polícia. Segundo dados da gestão João Doria (PSDB), publicados no Diário Oficial, o número de “mortes decorrentes de intervenção policial” envolvendo a PM subiu 54,6% em abril (dados mais recentes disponíveis).
Ocorre que, com a quarentena contra o coronavírus em vigor no Estado, foram 116 casos contabilizados, ou seja, um caso a cada seis horas. O aumento das mortes oficiais pela PM foi registrado mesmo diante da redução drástica de crimes cometidos em período simultâneo, principalmente assaltos, que historicamente são usados como justificativa pelos governos.
É fato também a queda de crimes. Estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) apontam que os roubos caíram 30,3% no Estado, com o total de 14.057 registros. Já os furtos reduziram à metade em abril. Ao todo, houve 20.797 casos, ou 53,3% a menos do que no mesmo mês de 2019.
Fato inconteste, porém, é que o cenário indica, na verdade, uma escalada da violência policial em São Paulo, principalmente nas periferias. No primeiro ano da gestão Doria, a polícia matou 867 pessoas, alta de 1,8% em relação a 2018.
O plano é simples. Os pretos, os pobres e periféricos que a pandemia não matar, o polícia completa a cota. Eis o prato feito no caldeirão do fascismo. O governo bolsonarista de Doria é uma verdadeira máquina de extermínio da população, seja pelo coronavírus, seja pelo aparato de repressão do Estado burguês.
É alarmante o aumento da repressão. Tudo completa o quadro do avanço da extrema direita e da ausência da reação da esquerda que anda reticente em mobilizar a população contra o governo Bolsonaro. No fundo, é uma forma de tentar controlar uma explosão social.