Um homem foi agredido por policiais no bairro do Jardim Belval, em Barueri, na Grande São Paulo. Um vídeo gravado por uma testemunha mostra o momento exato em que a viatura aborda o rapaz, que estava sentado na calçada mexendo no celular. Em seguida, começam as agressões sem motivo algum, com um policial aplicando uma gravata na vítima. Os moradores locais tentaram intervir, mas também foram agredidos com socos, empurrões e pontapés por policiais que saíram da viatura logo que os vizinhos se aproximaram. Ao todo, seis policiais participaram desta ação repugnante.
A Ouvidoria da Polícia Militar de São Paulo afirmou, em nota, que “agressões não fazem parte do protocolo de abordagem das polícias paulistas” e que pediria à Corregedoria da PM a identificação dos envolvidos e seu afastamento “ao menos até o término das investigações”.
A Secretaria de Segurança Pública também afirmou, em nota, que os excessos são “lamentáveis e não condizem com as práticas da Polícia Militar”. O governador de São Paulo, joão Dória, “condenou” a ação em sua conta do Twitter.
A realidade, porém, é o contrário do que afirmou a Secretaria de Segurança Pública. A defesa do discurso da polícia como instituição garantidora da integridade do cidadão não passa de uma ideologia que esconde seu verdadeiro caráter. Esta é, na verdade, uma instituição do Estado capitalista para garantir, por meio da força coercitiva, a dominação de classe, o sistema de apropriação privada dos meios de produção e reprodução social. Tem, em sua estrutura, um caráter racista e está disposta, permitida pelo Estado, de utilizar da mais brutal violência contra os moradores das periferias, para reprimir greves ou qualquer manifestação da classe trabalhadora que “ultrapasse os limites da lei e da ordem”.
Vivemos atualmente, pelo mundo inteiro, gigantescas manifestações contra o assassinato covarde de George Floyd por um policial que o asfixiou com o joelho. No Brasil, a polícia tem seu histórico de mortes negras acumuladas, como Ágatha e João Pedro. Em vários momentos, são vistos cartazes e ouvido gritos pelo fim da polícia assassina.
Vale ressaltar que o inimigo não é o policial em si, afinal, este também é um trabalhador. Porém, este é um trabalhador separado da sociedade e corrompido de todo seu interesse de classe enquanto servidor do sistema capitalista, logo, deixa de ser um trabalhador como os outros para combatê-los em suas manifestações contra a subjugação do Capital. Não é a subjetividade do indivíduo que forma a objetividade da instituição, ao contrário, é a objetividade da instituição que forma a subjetividade do indivíduo. Devemos combater a instituição polícia, mas, para isto, precisamos combater o modo de produção que gera necessariamente este órgão repressivo e assassino da população pobre.
Contra o Capital e pelo fim da PM fascista. Pela formação das organizações militares revolucionárias dos trabalhadores!