O professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Gustavo Castañon, escreveu um artigo chamado Adeus, Lula! no portal da internet Disparada. Castañon é conhecido por seus artigos com uma defesa incondicional do abutre da política Ciro Gomes, mas com esse artigo ultrapassa os limites dessa “defesa”.
Gustavo Castañon gasta uma boa parte de seu tempo para publicar artigos em defesa do abutre Ciro Gomes em vários portais da internet. Ultimamente tem atacado bastante o PT e Lula, no momento em que toda a direita se volta contra Lula e quer aniquilar a ala lulista de dentro do PT em favor de sua ala direita.
O artigo é uma “contação” de causos e não se aprofunda no assunto no porquê de o Partido dos Trabalhadores e Lula deveriam recuar e dar apoio a Ciro Gomes. Só o fato de o maior partido do País, em que a população e os movimentos sociais se identificam e tem uma das maiores lideranças populares, dar lugar a um elemento como Ciro Gomes já seria muito estranho, ainda mais em apoiá-lo, quando nem sequer é visto como um político ligado aos trabalhadores, sindicatos ou movimentos sociais.
Castanõn chega a afirmar que “se Lula não está interessado em dar passagem para esse futuro, por Deus, nós vamos reunir a força suficiente para obrigá-lo a isso, tenham certeza”. A pergunta que deve ser feita é sobre esse “nós”, porque se a direita não tivesse fraudado as eleições em 2018 e tirado Lula das eleições, possivelmente este teria sido eleito. Logo, fica bem claro quem é esse “nós”: a direita golpista, que alavanca Ciro Gomes.
A crítica do professor de filosofia contra o “hegemonismo” de Lula e do PT dentro da esquerda acontece quando a burguesia já tenta buscar uma alternativa ao governo Bolsonaro sem Lula e o PT. Os movimentos que estão sendo criados como a “frente ampla pela democracia”, “Somos 70%”, “Basta” e “Estamos Juntos” são todos orquestrados pela direita golpista e a burguesia para ter uma alternativa ao PT, quando não querendo reduzir a participação do PT ou sem nenhuma participação deste.
Essas críticas são para dar um ar “esquerdista” para uma política de direita para tirar o protagonismo de Lula na política atual e obrigar que Ciro Gomes encabece esse movimento. Se Ciro Gomes for o protagonista permitiria que a direita golpista que apoiou Bolsonaro e é responsável pela sua chegada à presidência também participe desse movimento e que este seja controlado pela burguesia. É importante lembrar que essa direita apoia na sua totalidade os ataques contra a classe trabalhadora, pois os projetos de Bolsonaro são aprovados por este chamado “centrão”.
O que o professor defende é que a chamada Frente Ampla seja comandada pela direita e seus representantes de confiança, como Ciro Gomes. Uma jogada para que seja emplacada a política “democrática” da frente ampla contra os trabalhadores e que esta mantenha os ataques realizados até agora pelo governo Bolsonaro.