Por volta de uma centena de manifestantes cumpriram com o que foi decidido pelas bases populares e realizaram o ato pelo Fora Bolsonaro na Avenida Paulista na tarde de ontem (07).
Estavam presentes o PCO, os comitês de luta, os conselhos populares, membros de torcidas organizadas, militantes do PT e ativistas antifascistas, confrontados por um amplo aparato policial que buscou intimidar a manifestação logo de início.
Quando os primeiros manifestantes chegaram, a PM já estava nas saídas do Metrô revistando-os minuciosamente. Na Praça do Ciclista, a policial responsável pela operação tentou obrigar o ato a ir embora do local e se juntar a Guilherme Boulos no Largo da Batata, porque, segundo a explicação oficial, a meia dúzia de fascistas que estava em frente à Fiesp teria entrado com um pedido judicial para fazer o seu ato antes da esquerda.
Após os militantes deixarem claro que não arredariam pé do local, o contingente policial foi reforçado e a PM tentou armar uma verdadeira operação de guerra, com a tropa de choque intimidando os manifestantes com armas e a cavalaria.
A militância e o ativismo, embora fossem em número reduzido devido à dispersão causada pela política traidora de Boulos que dividiu o movimento ao levar a maior parte para o Largo da Batata, demonstrou-se combativa ao não se intimidar com a truculência policial.
A diferença dos dois atos – o da Paulista e o de Boulos – também se mostrou evidente em sua qualidade quando comparado o nível do aparato de repressão. Na Avenida Paulista, havia centenas de policiais armados de todas as formas e até os dentes, com a tropa de choque da PM, dezenas de cavalos, motos, viaturas. Um esquema ostensivo.
Já o policiamento no ato do Largo da Batata percebeu que não havia grande motivo para a repressão: os policiais vestiam coletes onde estava escrito “mediador”, não estavam em grande número, não agiram de maneira extremamente intimidatória. Afinal, como é possível ver até nas imagens propagadas pela esquerda, o ato foi um conjunto de demonstrações vazias de conteúdo, com danças, discurso demagógico de Boulos e até mesmo distribuição de flores para a polícia!
Os manifestantes, no entanto, tentaram caminhar para a Avenida Paulista – foi aí que a PM demonstrou seu verdadeiro caráter, uma vez que a ida da manifestação para o centro (contrária à ideia de Boulos) faria com que ela se radicalizasse ao se encontrar com os que já estavam na Praça do Ciclista.
Por sua vez, os militantes que não recuaram para os fascistas que realizaram o ato na Paulista demonstraram que não se pode, de maneira alguma, deixar os espaços de tradicional ocupação popular serem preenchidos pela extrema-direita. Embora diminuto, foi um ato fortemente combativo.
O ato não se deixou intimidar pelas ameaças das autoridades golpistas, que moldam a legislação conforme seus interesses. A direita fascista – que está no poder tanto a nível federal como estadual – não vai dizer à classe operária onde nem quando ela pode realizar seus atos!
A rua é do povo e o povo deve ocupá-la e impedir que seus inimigos a ocupem. Não recuar nem um milímetro para os fascistas, o ato de ontem foi um sucesso ao demonstrar que há disposição de luta. A próxima vez será maior, no dia 13 de junho, sábado, é preciso ocupar verdadeiramente a Paulista contra a PM fascista, contra João Doria, contra as ações traiçoeiras de Boulos e da frente ampla e pelo Fora Bolsonaro!