Um fato um tanto inusitado ocorreu com o Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (Sindpetro SJC), uma campanha que estava sendo realizada por em favor do isolamento social e pelo fora Bolsonaro foi interrompida por conta de ataques e ameaças de bolsonarismo nas redes sociais. O ocorrido mostra o que não se deve fazer, em hipótese alguma, diante do avanço da extrema-direita.
O Sindicato realizou uma campanha utilizando-se de outdoors na cidade com as seguintes inscrições: “Para salvar o Brasil do coronavírus. Em defesa da vida, direitos e empregos” e com a consigna “Fora Bolsonaro”. Bolsonaristas locais foram as redes sociais do Sindicato e da empresa proprietária do espaço para fazer ameaças e ataques típicos da escória fascista, o resultado de fato tão trivial, porém, foi o recuo, a veiculação da campanha foi interrompida pela empresa e retirado o outdoor.
A reação do Sindicato operário foi capituladora, sua iniciativa foi o chamado e realização de um “ato” virtual em defesa da liberdade de expressão, ocorrido no último dia 29/05, e o lançamento de um manifesto também na internet e em defesa da democracia e da liberdade de expressão. Em vídeo o presidente do Sindicato afirmou que se limitaram a tomar as medidas judiciais cabíveis para garantir do direito do Sindicato expor sua ideias e contribuir com o debate público, mas não detalhou quais medidas são essas ou se o outdoors irá retornar.
Não se deve recuar diante da extrema-direita, ainda mais com um motivo tão fútil. Os Sindicatos e a esquerda devem combater de todas as maneiras necessárias a extrema-direita. O bolsonarismo, assim como todo movimento fascista ou de tipo fascista, tem como um dos seus objetivos principais o desmantelamento das organizações da classe trabalhadora para realizar brutais ataques aos direitos e as condições de vida das massas populares, deixando o trabalhador esmagado, sem condições de reagir a miséria e a opressão que serão lhe impostas de maneira ainda mais aterradora que são hoje.
Qualquer recuo das organizações operárias é ao mesmo tempo um passo adiante da extrema-direita no sentido de seu intento. Se a esquerda não preenche o espaço político com sua política e sua iniciativa, a extrema-direita, que é uma ínfima minoria, o faz, aparentando ser bem maior do que é e colocando muitos setores da esquerda na defensiva.
O Sindicato tem por arma fundamental a mobilização real, “atos” virtuais não podem vencer a extrema-direita, podem quando muito ser atividades de mobilização complementares. O Sindpetro-SJC poderia ter aproveita a situação para lançar uma ampla campanha pelo fora Bolsonaro e em defesa dos direitos dos trabalhadores na cidade, mobilizando a base da categoria, lançando uma chamado aos demais sindicatos. Não permitir que a empresa deixa-se de prestar um serviço pela qual foi contratada e ampliar a campanha, tirar milhares de cartazes e colar pela cidade, tirar um panfleto denunciando a extrema-direita e o bolsonarismo, não se intimidar, mas responder, reagir energicamente ao bolsonarismo.
É preciso sair às ruas, como milhares de trabalhadores estão saindo no mundo todo, o Sindicato deveria chamar um ato presencial, tomando as devidas precauções, como proteção e distanciamento social, como está sendo feito em vários locais do país.
Somente a mobilização real pode derrotar o bolsonarismo, é hora de partir para o ataque.