Os problemas femininos são encontrados em todas as esferas sociais dentro da sociedade capitalista, e em momentos de crise eles ficam cada vez mais fortes e prejudicando ainda mais as mulheres operárias. Geralmente ocupando cargos em que a mão de obra é mais barata e com menor necessidade de instrução, as mulheres estão sendo as primeiras e também as mais atingidas diante da crise econômica intensificada pela pandemia do coronavírus. E isso não se restringe aos países menos desenvolvidos, mas também a grandes potências imperialistas, como os Estados Unidos. No mês de abril, o desemprego entre as mulheres nos Estados Unidos chegou ao índice de 15,5%, uma escalada de mais de 10 pontos percentuais se compararmos com o índice do mês anterior, março, em que as mulheres desempregadas representavam 4%. O índice é o maior desde 1948, e em números totais chegou a 14,7% dentre toda a classe trabalhadora, o maior número desde a Grande Depressão de 1930 e especialistas projetam que o índice deve ultrapassar esta marca podendo chegar aos 25%, ou seja, um quarto do proletariado norte-americano sem emprego.
A crise mais uma vez acertou em cheio as trabalhadoras e apesar de representarem 49% dos trabalhadores nos Estados Unidos as mulheres equivalem a 55% dos 20,5 milhões de desempregados que chegaram a essa estatística somente no mês de abril. Além de serem as mais atingidas, as mulheres trabalhadoras irão demorar mais também para sua recuperação diante da crise, pois recebem menores salários (82% dos rendimentos masculinos) e consequentemente contam com menos reserva de dinheiro. O cenário que já é prejudicial para a mulher proletária deve ficar ainda pior nos próximos meses, pois o desemprego e a falta de renda criam condições para que as mulheres sejam ainda mais oprimidas nos seus lares e dependentes economicamente de seus esposos ou famílias, além disso, o desemprego pode atingir violentamente a estrutura familiar de lares chefiados por mulheres, se as mesmas perdem o emprego e a renda toda a família entra em situação de vulnerabilidade econômica e também social.
Essas condições precárias não são de exclusividade dos Estados Unidos, e devemos ver algo parecido – ou até pior- para as trabalhadoras brasileiras, afinal, apesar de características diferentes o proletariado mundial enfrenta o mesmo problema, que são as políticas burguesas e o próprio sistema capitalista. Mais uma vez as mulheres que já se encontram em situação de desigualdade dentro da sociedade vêem essas condições desiguais se ampliarem, tornando o sistema capitalista ainda mais cruel com os trabalhadores. Diante de situação tão crítica, é necessária a união e luta de todas as trabalhadoras e todo o proletariado contra as políticas burguesas que colocam toda a classe operária em vulnerabilidade e em condições precárias de desemprego, fome, pobreza e ainda mais desigualdade dentro da economia capitalista. Somente a construção do Estado operário é capaz de dar condições para a emancipação feminina na sociedade e uma situação mais justa e igualitária entre os trabalhadores.