Muitos alunos vão às escolas não só para estudar, mas principalmente para comer. Com a suspensão das aulas presenciais devido ao coronavírus, o direita aproveita para economizar e matar o povo de fome. Como se já não bastasse uma merreca de 600 reais de auxílio, o governo não trata com seriedade a questão da manutenção do leite e da merenda escolar.
A título de exemplo em Tanguá, região metropolitana do Rio, os alunos e suas famílias receberam o prometido kit de alimentação: um pacote de biscoitos e um litro de leite estragado. Ninguém vive com um pacote de biscoitos, e muito menos de leite podre. Além de ter o programa criminoso da fome, o poder público pretende infectar a população. É um descaso completo com toda a comunidade escolar, que durante a crise financeira e a crise sanitária precisa de uma verdadeira dignidade. Os vermes escondidos em suas casa, das quais só se saem para pedir voto, não merecem nenhuma confiança do povo.
“O kit era um pacote de biscoito e um litro de leite. Sendo que o litro de leite estava totalmente estragado. Eu tive que jogar tudo fora, não tinha como usar”, disse a mãe de um estudante.
Quando procurada a Prefeitura se fez de idiota, e em sua defesa afirmou não saber de nada, uma vez que o leite é avaliado por uma equipe de nutricionistas e que passou pelas normas do Conselho de Alimentação Escolar. Ora, uma equipe de profissionais e um legítimo conselho para aprovar e validar uma grande distribuição de uma mixaria, a qual ainda por cima estava pútrida. Fica claro que a realidade é um desprezo com a população, uma falta de humanidade monstruosa escondida através da demagogia. Finalmente, declararam que esse não era o famigerado kit para ser entregue às famílias, e que distribuíram um novo pacote. Especula-se que talvez não tenha leite estragado, mas com certeza não será o necessário para um vida digna, apenas o suficiente para conter a mobilização popular.
Quando esse tipo de coisa acontece é preciso responder na mesma moeda, a única forma de exigir os direitos do povo nos bairros é com a formação de conselhos populares. Só a população pode mapear suas necessidades, e pode pressionar todo aparato estatal que morre de medo de perder seu poder para ela.
Um conselho popular não é necessário apenas para a luta pelas reivindicações da classe trabalhadora, mas para a formação de uma organização popular, na qual o povo ganha consciência de sua posição definidamente contra esses governos e políticos direitistas genocidas que estão no poder. Assim, independente de qualquer burocracia ou demagogia a comunidade sabe que tem a maior força política, pois está em franca maioria, e pode ela mesmo decidir.