Na última semana, entre os dias 21 e 23 de maio, houve três mortes de profissionais médicos, vítimas da pandemia de covid-19 na cidade de São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro. Estes foram os primeiros médicos a falecerem na cidade de São Gonçalo em decorrência de infecção por covid-19 e representam 2% dos mortos pela pandemia na cidade que conta com 140 óbitos confirmados.
No estado do Rio de Janeiro até o dia 23 de maio já se contabilizavam 34 profissionais médicos que vieram a óbito em razão da pandemia de covid-19, estes falecimentos representam 9 milésimos dos 3993 óbitos pela pandemia no estado do Rio de Janeiro, percentual altíssimo no estado que tem apenas 3,55 médicos por mil habitantes, ou seja esses profissionais representam somente 3,5 milésimos da população, mas arcam com 9 milésimos das mortes.
Entre os falecidos estava o profissional Augusto Senna, que atuava no Centro de Triagem, no bairro Zé Garoto e na Unidade Municipal de Pronto Atendimento (UMPA) no bairro do Pacheco, o profissional Paulo Sampaio, que também atuava na UMPA no bairro do Pacheco e o profissional Eduardo Vidoso, que trabalhava no Pronto Socorro de São Gonçalo.
Neste domingo dia 24 de maio, os amigos e os colegas de trabalhos dos médicos que prestavam serviço na UMPA no bairro do Pacheco realizaram uma manifestação em homenagem colegas de trabalho falecidos. Eles se colocaram em frente a UMPA no bairro do Pacheco com balões brancos, sirenes de ambulâncias ligadas e efetuaram uma salva de palmas aos falecidos, segundo uma das participantes, “é a nossa homenagem para os colegas queridos que trabalharam até o último dia”.
Os elevado número de mortes entre os profissionais da área de saúde, demonstra haver um descaso generalizado com o sistema de saúde, que além de deixar a desejar no atendimento a população não consegue garantir a integridade física de seus colaboradores. Nesse ritmo o já limitado número de profissionais da área de saúde vai se torna ainda mais escasso prejudicando ainda mais o atendimento do sistema de saúde a população durante a pandemia de covid-19.
Devemos promover todas as manifestação dos profissionais de da área de saúde por melhores condições de trabalho, assim como deve-se cobra-se do estado melhorias na rede de atendimento de saúde à população, como aumento do número de profissionais de saúde. Ademais devemos apoiar todas as manifestações populares, sendo a mobilização popular generalizada a única forma de barrar a política de verdadeiro genocídio instalado no Brasil.