O agravamento da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus está causando um enorme impacto entre os agricultores familiares de todo o país. Milhões de pessoas que vivem deste tipo de atividade econômica estão sendo duramente afetadas.
Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a agricultura familiar envolve aproximadamente 4,4 milhões de famílias e é responsável por gerar renda para 70% dos brasileiros no campo e os dados do último Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dizem que 10 milhões de pessoas são empregadas pelo setor.
A crise econômica e a pandemia causaram uma enorme retração devido ao isolamento social e ao desemprego, que diminuiu as vendas e tirou a renda de grande parte dos trabalhadores que perderam sua renda através de cortes de salários e demissões. Os fatores que mais afetam é a redução da demanda, dificuldade para escoar os produtos devido à necessidade do isolamento social e a queda dos preços
Um dado que revela a situação dos agricultores familiares é na região metropolitana de São Paulo. Na região atuam próximo de 7.000 produtores e a queda nas vendas é gigantesca, estimada em até 80%. E esse cenário se repete em todas as regiões do país.
Bolsonaro intensifica essa crise
Se não bastasse a crise econômica e sanitária, os agricultores familiares ainda têm que enfrentar a política de destruição colocada em prática por Bolsonaro e os latifundiários. Bolsonaro está acabando com toda a política de incentivo e apoio a pequenos agricultores desde que assumiu a presidência da República de maneira fraudulenta.
Vale lembrar em no ano passado, a ministra bolsonarista da Agricultura, Tereza Cistina do DEM-MS, declarou que acabou com o termo “agricultura familiar” para posteriormente ir retirando os recursos destinados a esses trabalhadores.
Um dos principais programas é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que vem sendo duramente atacado desde o governo Temer, herdeiro do golpe de estado de 2016, que reduziu drasticamente o orçamento destinado ao programa, que já chegou a ser de mais de R$ 1 bilhão durante o primeiro governo Dilma e segundo a Lei Orçamentária Anual de 2020 é de R$186 milhões.
Recentemente, Bolsonaro vetou o auxílio emergencial para mais de 20 categorias de trabalhadores, sendo boa parte dele ligadas a agricultura familiar. Mesmo que esses trabalhadores da agricultura familiar, sendo extrativistas, assentados e agricultores familiares, estejam sendo diretamente afetados pela crise e na sua esmagadora maioria muito pobres.
Bolsonaro e a direita golpista, com total apoio dos latifundiários, está causando um grande impacto no setor da agricultura familiar. Num primeiro momento, irá levar a milhões de trabalhadores para uma enorme pobreza.
Um segundo ponto é que a agricultura familiar é responsável por boa parte da alimentação básica da população brasileira. Isso porque, o agronegócio e os latifundiários são responsáveis para produzir, na sua esmagadora maioria, matéria-prima para exportação para países imperialista nos moldes do período colonial. Os dados do IBGE revelam que 70% do alimento produzido pelo país sai da agricultura familiar.
A destruição da agricultura familiar vai levar a uma redução drástica da oferta de alimento para a população e os preços devem subir no momento de crise e empobrecimento da população.