Nesta quinta-feira, dia 21 de maio, o presidente golpista Jair Bolsonaro afirmou, no portão do Palácio da Alvorada, que o coronavírus não é tão perigoso para os jovens quanto para o resto da população. Segundo o fascista:
Tem que ter calma, a população tem que ir entendendo aos poucos o que é esse vírus. Ele é realmente muito perigoso para quem tem uma certa idade, para quem tem uma doença. Para a juventude não tem esse perigo todo.
Além disso, ousou dizer que os pais têm de ficar mais calmos e tirar o pavor dos filhos, para que a volta às aulas possa ser efetuada com tranquilidade.
À luz dessas declarações absurdas, vale ressaltar as seguintes estatísticas sobre o novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 116 pessoas de até 19 anos haviam morrido em decorrência da doença. Ademais, é óbvio que os jovens entram em contato constante com seus pais e parentes mais velhos.
É simplesmente absurdo defender este argumento. Não passa de mais uma falácia da burguesia para que o comércio possa ser reaberto em breve. Afinal de contas, se os filhos dos trabalhadores já estão indo às escolas, que mal tem permitir que seus pais também saiam para seus trabalhos? Prova disso é a seguinte declaração do genocida que ocupa o Palácio do Planalto:
A gente está na iminência de abrir, com responsabilidade é lógico, o comércio, para que a miséria não faça valer no Brasil. Porque uma pessoa desempregada não tem saúde.
É o que Bolsonaro tem feito desde o começo da pandemia. Ele se recusa a fornecer auxílio real aos trabalhadores, prefere que eles continuem trabalhando para que a economia não seja prejudicada. Afinal, que valor tem um trabalhador vivo dentro de sua casa com condições adequadas de quarentena? Muito melhor – para a burguesia – que ele vá trabalhar e garanta a continuação da cadeia produtiva, mesmo que isso signifique a sua morte.
Importante ressaltar que isso não é uma política unicamente do presidente. Por mais que os governadores defendam o isolamento social, o fazem com o único intuito de garantir suas eleições posteriores, com o apoio da classe média que está, de fato, de quarentena. A diferença é que Bolsonaro defende isso de forma escancarada, minando o seu próprio apoio nesses grupos. Todavia, deve ficar claro que não existe, de fato, distinção entre a motivação do presidente e a dos governadores. Finalmente, os trabalhadores não estão de quarentena em lugar algum do país. Estão trabalhando diariamente, sem amparo e condições dignas para sobreviver à pandemia.
Por este motivo, os estudantes e trabalhadores do Brasil precisam se mobilizar. Já é evidente que o comércio irá reabrir nas próximas semanas, como já tem ocorrido em diversas regiões do país. Além dos comércios, é claro, as próprias escolas, como bem notou Jair Bolsonaro. O resultado só pode ser um: na periferia, nas escolas públicas mais precárias, haverá um verdadeiro assassinato generalizado. É simplesmente inviável esperar que 40 alunos em uma sala pequena sem ventilação não irão se infectar. Além de infectar os funcionários das escolas e seus professores. Acima de tudo, é a juventude que tem o dever de se colocar como vanguarda destas reivindicações. Sem a mobilização popular pelo fora Bolsonaro, a burguesia irá continuar seu projeto de extermínio como se nada tivesse acontecido. E o pior de tudo, a classe média irá acreditar que dias melhores virão. Enquanto isso, trabalhadores de todo o Brasil continuarão morrendo, sustentando uma economia falida em prol do grande empresariado.