Em plena pandemia do novo coronavírus, que está causando um morticídio na população carioca, o secretário de Saúde do estado do RJ – Fernando Ferry – informa que os hospitais de campanha atrasados podem não ser concluídos. O calendário de inauguração foi modificado pela quarta vez nesta quinta-feira (21).
O secretário explica que o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia podem tornar as unidades desnecessárias: “A gente está vendo que, gradativamente, está diminuindo o número de casos. Isso faz parte da epidemia. Se a gente perceber que isso vai continuar, a gente vai deixar de construir as unidades e o valor será devolvido para o erário”
Só não ficou claro, de qual região do planeta o secretário informa que os números de casos estão diminuindo, pois de longe, é esta a realidade do estado do Rio de Janeiro – ele deveria estar falando sobre a Nova Zelândia, é a única explicação plausível!
Com a curva de infectados e mortos quase chegando na atmosfera, o RJ conta com mais de 32 mil casos e contabilizado 3.412 mortes – até o momento.
Das sete unidades previstas, apenas o Hospital do Maracanã começou a funcionar, mesmo assim de forma parcial, e ainda, conta com denúncias. Um dos funcionários que não quis se identificar, em entrevista relata que os pacientes estão morrendo por falta de medicamentos no hospital do Maracanã.
Dois hospitais de campanha já foram inaugurados e estão funcionando, com toda a sua capacidade: São as unidades Lagoa-Barra na Zona Sul e Parque dos Atletas na Zona Oeste. Porém, estes dois hospitais de campanha, foram construídos por grupos de empresários.
Ou seja, quando tem o setor privado envolvido rapidamente as coisas acontecem. Já o poder público se empenhar para salvar as vidas, das pessoas que dependem do funcionamento da saúde pública para sobreviver, esqueça. Estes hospitais de campanha, tão divulgados pelo governo carioca, não passam de uma farsa!
Está muito claro que o governo do Rio de Janeiro, através do assassino Wilson Witzel, quer promover, sem a menor cerimônia, uma verdadeira política de extermínio contra a população pobre do Rio de Janeiro. Uma vez que todo este atraso na conclusão das obras nos hospitais de campanha acarreta em um número muito acelerado de mortes por complicações de Covid-19. O interesse em combater a pandemia, passou longe do governador do estado, pois na prática, o que tem sido realizado, é um assassinato legalizado, contra o povo.
Nenhuma medida foi adotada para a população pobre, apenas a demagoga campanha “fica em casa”, como se o estado do Rio de Janeiro fosse apenas Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca e Jardim Botânico, e claro, para não perder o costume, a boa e velha repressão policial, que o povo pobre e trabalhador do Rio já estão mais do que acostumados.
Não existe outra alternativa, que a luta do povo, através da mobilização popular de forma organizada, por meio da criação de conselhos populares, onde as pessoas poderão fiscalizar o investimento na saúde pública, levantar os dados das pessoas que estão com dificuldades de conseguir itens básicos de higiene, comida e até mesmo o item mais básico de todos: água, porque até isso, muitas comunidades cariocas carentes estão com dificuldades de obter. Não existe a menor chance de barrar esse verdadeiro massacre contra a população pobre carioca, que não seja pela luta popular.