Três meses após o registro dos primeiros casos de infecção pelo coronavírus no país, a epidemia que vem ceifando milhares de vidas nos quatro cantos do planeta encontrou no Brasil condições sanitárias precárias, um ambiente favorável para a disseminação do vírus, estando hoje o país ocupando a terceira posição no mundo em casos de infectados, atrás apenas dos EUA e da Rússia.
Já são mais de vinte mil mortos e um número crescente de infectados, que já ultrapassou a marca dos 310 mil. Se considerarmos a enorme subnotificação em todas as regiões, esses números – que já são assustadores e trágicos – seguramente se elevarão, podendo facilmente já ter atingido a casa dos milhões de infectados em todos os Estados. A mesma situação vale para os óbitos, pois como não há testes e diagnósticos precisos sobre a causa das mortes, o mais provável é que a maioria delas tenha ocorrido por complicações associadas ao Covid-19.
Inicialmente restrita às áreas urbanas, onde habitam grupos sociais de classe média, a epidemia migrou rapidamente para as regiões e comunidades pobres e carentes das grandes metrópoles, que convivem neste momento com o vertiginoso aumento dos casos de infecção e mortes.
De acordo com o informativo, Voz das Comunidades, “as favelas da cidade do Rio de Janeiro, até a última quarta-feira, registraram um número de mortos superior aos de quinze estados brasileiros”. “No total, 13 comunidades registraram mortes por Covid-19 . A Rocinha e o Complexo da Maré têm as piores situações” (Portal IG, 21/05). ”Dos 15 estados com menos mortes por Covid-19 , apenas três têm população inferior a um milhão de habitantes” (Idem, 21/05).
Dessa forma, se levarmos em consideração a proporção populacional, ”o número de óbitos por Covid-19 em favelas do Rio de Janeiro (174) ultrapassam estados como Roraima (64), Mato Grosso do Sul (17), Mato Grosso (32), Tocantins (42), Roraima (64), Sergipe (69), Distrito Federal (77), Acre (76), Goiás (78), Piauí (87), Rondônia (90), Santa Catarina (94), Paraná (137), Amapá (142), Rio Grande do Sul (161) e Rio Grande do Norte (170)” (idem, 21/05).
Os números da pandemia do coronavírus no Brasil são verdadeiramente calamitosos, revelando o mais completo descontrole da epidemia em todas as regiões do país, atingindo de forma dramática e catastrófica até mesmo os Estados economicamente mais prósperos e desenvolvidos, como São Paulo e Rio de Janeiro, recordistas nacionais no número de infectados e mortos.
Essa situação de catástrofe humanitária que se abate sobre o país, causando dor e sofrimento a milhares de famílias brasileiras, é de inteira responsabilidade do Estado nacional e das autoridades; vale dizer, do governo golpista, de extrema-direita, fraudador de eleição, que tem como mandatário o presidente genocida Jair bolsonaro. As milhares de mortes já ocorridas, em parte, poderiam ser evitadas se houvesse a decisão do governo em se preparar e agir, intervindo para minimizar os efeitos trágicos da epidemia no país. Não é essa, todavia, a disposição e, menos ainda, a linha de ação dos golpistas, reacionários e direitistas, que, desde o início da crise epidêmica, já distribuiu trilhões de reais aos capitalistas, enquanto destinam migalhas à população pobre e explorada, que se encontra desassistida, condenada a morrer à espera de um leito nos hospitais públicos, superlotados e já em situação de colapso em vários Estados.
Nesse sentido, a luta pelo “Fora Bolsonaro” assume, diante de toda essa situação de tragédia vivenciada pelo país, uma importância vital, pois não se trata apenas de se livrar de um governo ilegítimo, golpista, fraudador, mas diz respeito também à luta contra a epidemia do coronavírus, à preservação da vida de milhares de brasileiros, especialmente os mais pobres e vulneráveis, ameaçados pela política genocida do governo fascista, antipopular e pró-imperialista.