O primeiro ato pelo “Fora Bolsonaro” depois do início da pandemia de coronavírus, acontecido na manhã de ontem (20) em Brasília, deu um pontapé importantíssimo para a retomada das ruas pela esquerda. Durante a manifestação, que foi organizada pelo Comitê Fora Bolsonaro e contou com militantes do Partido da Causa Operária (PCO), da Unidade Popular (UP) e do Partido dos Trabalhadores (PT), um bolsonarista que faz parte do grupo autointitulado “300 do Brasil” foi expulso energicamente pelos manifestantes.
O fascista em questão se chama Renan da Silva Sena e havia sido protagonista de um episódio que teve repercussão há alguns dias. Durante um ato organizado pelos enfermeiros durante o primeiro de maio, o bolsonarista, que chegou a trabalhar como terceirizado pelo Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos agrediu covardemente uma enfermeira e xingou as manifestantes, entre outras coisas, de “analfabetas funcionais”. Agora, levou o troco, fugindo e revelando que só tem coragem de se meter com quem julga demasiado frágil para reagir.
A fúria dos militantes e ativistas da esquerda presentes no ato se estendeu para todos os bolsonaristas presentes e colocou em risco a integridade dos demais membros do “300 do Brasil”, que são, na verdade, compostos por pouco mais de uma dúzia de fascistas. Os elementos de extrema-direita acabaram sendo salvos pelos agentes da repressão presentes, que acabaram contendo a revolta daqueles que queriam fazer justiça com as próprias mãos após mais de um ano de ataques brutais aos trabalhadores.
Por meio de gravação feita pelo próprio Renan da Silva Sena, pode-se ver o momento em que ele é colocado para correr:
O exemplo dado nesta manifestação deve ser seguido em todo o País. Com a pandemia de coronavírus e, sobretudo, com a campanha vergonhosa da esquerda pequeno-burguesa do “fique em casa”, a extrema-direita vinha crescendo sua atuação nas ruas. O próprio acampamento dos “300 do Brasil”, que são uma farsa completa, mostraram estarem armados e estavam se sentindo a vontade o suficiente para intimidar s poucas manifestações registradas na região. Agora que a esquerda está voltando às ruas, é preciso limpar o terreno desses inimigos do povo.
As milícias bolsonaristas não são compostas de militantes sinceros, dispostos a debater ideias ou ceder a argumentos. São, todas elas, formadas por mercenários, em geral egressos do próprio aparato de repressão do Estado, e que cumprem justamente o papel de impedir, na base da força, que os trabalhadores e suas organizações consigam se manifestar. Por isso, a reação a esses setores não pode ser de outra natureza: é preciso colocar os fascistas para correr!