No último sábado, o Facebook, gigante das redes sociais, mostrou mais uma vez qual é o seu poder como monopólio virtual. Nos Estados Unidos, a empresa encerrou as atividades de cerca de 500 páginas e de 1000 grupos, os quais continham um caráter tanto anarquista quanto antifascista. Ao mesmo tempo, só fecharam 100 páginas e 800 grupos de extrema-direita, demonstrando claramente que o ataque é sobre a esquerda.
Para justificar o ocorrido, a direção da empresa colocou que estava encerrando qualquer página que evocava um tipo de “comportamento violento”. Todavia, fica evidente que não passa de uma falácia para atacar as organizações de esquerda, principalmente as mais radicais que, efetivamente, combatem o tipo de monopólio que o Facebook administra. Afinal de contas, é a extrema-direita que vem, nos últimos anos, intensificando cada vez mais a sua atuação assassina no território estadunidense, seja por meio de milícias organizadas em torno de uma política verdadeiramente fascista, seja pela própria polícia que, como bem sabemos, está à serviço dos interesses da burguesia.
Finalmente, absolutamente qualquer tipo de discurso acerca da liberdade de expressão por meio da intervenção direta do poder estatal não passa de uma tentativa de avançar com o estabelecimento de um estado policialesco sobre a sociedade, principalmente a classe trabalhadora.
Ainda mais quando vem de empresas como o Facebook, é imprescindível pensar de forma crítica acerca desse tipo de demagogia que, no final das contas, sempre se volta contra a esquerda. Exemplo evidente disso é a lei das fake news aqui no Brasil que, nesse momento, já foi responsável pelo fechamento de dezenas de páginas ligadas ao PT e ao PCB. Enquanto isso, grandes sites e veículos bolsonaristas permanecem de pé, mesmo propagando, constantemente, uma série de calúnias e mentiras.
O que deve ficar claro é que, no momento em que o julgamento de se algo é mentira, é violento ou, em geral, vai contra determinada comunidade fica nas mãos do governo ou de grandes monopólios; a esquerda, e a classe trabalhadora, sempre levam o pior golpe. No final das contas, esse poder só pode ficar nas mãos da própria população que, por meio da discussão sistemática acerca das contradições que determinado julgamento produz, chegarão à conclusões que, inevitavelmente, servirão aos interesses da sociedade como um todo, e não da burguesia, como é o caso.