Neste final de semana, o Brasil ultrapassou a marca das 10 mil mortes e 155.939 casos confirmados de coronavírus, segundo dados oficiais do ministério da Saúde. A crise é tão grande que o número de mortes por dia chegou a 730 e os sistemas de saúde nos estados já estão em colapso.
Um dos fatores determinantes para a gravidade da crise sanitária provocada pelo novo coronavírus é a permanência mais longa de pacientes da doença em leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) ou a falta de UTI para o tratamento que causará aumento significativo no número de mortos.
O Brasil possui cerca de 55 mil leitos de UTI entre o setor público e privado. Mas somente 44% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) do País estão no Sistema Único de Saúde (SUS), o restante nas redes de hospitais privados. Mas o que chama a atenção é a diferença do público atendido, o SUS atenda a ¾ da população brasileira.
Ou seja, além de ser minoritário no número de leitos ainda atende a esmagadora maioria da população pobre e trabalhadora que não tem a mínima condição de pagar um plano de saúde para se atendido na rede privada.
Conforme a crise avança, o sistema de saúde entra em colapso e falta UTI’s nos Estados, em especial no SUS, pois o sistema privado ainda conta com UTI’s disponíveis. Nos cinco estados que concentram o maior número de casos de coronavírus no Brasil (Amazonas, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo), mais de 80% dos leitos de UTI já estão ocupados, sendo os disponíveis em sua maioria nos hospitais privados.
Essa situação evidencia que o vírus não é “democrático”. A população pobre e trabalhadora está sendo colocada entre morrer de fome e de coronavírus, enquanto uma pequena parcela da população rica ou de classe média tem atendimento diferenciado. É inadmissível que enquanto acabam as UTIs do setor público e o povo morre nas filas esperando uma vaga com vagas em hospitais privados na mesma cidade.
Diante desse cenário e de tratamento desigual entre ricos e pobres, é necessária a estatização de todo sistema de saúde, incluindo hospitais, leitos etc., para que o coronavírus seja combatido com uma política planejada que inclua os pobres.
Não existe um plano de combate ao coronavírus e de tratamento da população contaminada que não passe pela estatização do sistema de saúde, e que coloque toda a rede de hospitais e de trabalhadores da saúde a serviço de toda a população.