Trabalhadores da área da saúde e entidades de defesa da saúde fizeram um protesto na porta do Hospital Federal de Bonsucesso, localizado na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O protesto aconteceu na manhã desse sábado (9/5). Essa unidade será visitada pelo Ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Nelson Teich.
O protesto contou com faixas e cartazes, que expressavam o repúdio ao governo Bolsonaro e cobravam leitos e respiradores, além do respeito à quarentena, e concessão de auxílio para a sobrevivência da população pobre.
A direção do Hospital havia sido alvo de medida judicial por negligência em relação ao tratamento dos infectados pela pandemia do coronavírus. Segundo consta da decisão de uma juíza, havia 30 leitos de UTI prontos e 14 respiradores parados no hospital. O Hospital pertence ao governo federal.
A situação demonstra o descaso do governo Bolsonaro com a pandemia do coronavírus que se alastra pelo país e já causou mais de dez mil mortes e cem mil infecções. Enquanto a população padece da doença, o presidente debocha publicamente das mortes, participa de atos públicos que clamam por um golpe militar e pela edição de um AI-5 e marca um churrasco que soa como uma atividade de celebração.
Nada está sendo feito de efetivo para combater a pandemia. Não há testes massivos na população e distribuição de equipamentos de proteção individual, médicos e todo o pessoal da área da saúde necessários para realizar o atendimento não foram contratados e nem sequer se procedeu à ampliação dos leitos hospitalares no sistema público de saúde. Em diversas regiões, o sistema público entrou em colapso, como no Estado do Amazonas, o que tende a se agravar nas próximas semanas, uma vez que a taxa de infecção só cresce com o aumento nas mortes.
As políticas neoliberais implementadas desde o golpe de Estado de 2016 debilitaram a capacidade do país de enfrentar a pandemia. A precarização sistemática do SUS, com cortes orçamentários e parcerias público-privadas, impedem que os anseios da população por proteção e tratamento sejam atendidos. Bolsonaro e os governos estaduais de direita procuram administrar a crise, no sentido de impedir uma explosão social.
É fundamental que os profissionais da saúde e as organizações operárias e populares organizem a população e se mobilizem pela imediata derrubada do governo Jair Bolsonaro e de todo o bloco político golpista. Não é possível reverter a situação catastrófica do país enquanto a extrema-direita permanecer no controle do aparelho de Estado e deter o poder político.