O artista Bruno Gaigher, militante do Partido da Causa Operária de Embu das Artes, pintou um quadro que representa episódio do Massacre de Paraisópolis. É uma importante iniciativa de uma arte engajada politicamente, que procura mostrar o horror produzido pelo governo João Dória (PSDB) e a Polícia Militar de São Paulo. O quadro destaca-se pela criatividade e excelência na técnica artística.
O episódio aconteceu em dezembro de 2019. A Polícia Militar realizou uma operação para reprimir um baile funk que estava ocorrendo na comunidade de Paraisópolis, localizada na zona sul da capital paulista. Nesta operação, 9 jovens foram assassinados pela PM. É um eixo central da política do governador fascista João Dória a forte repressão aos bailes funks em todo o território paulista. Para isto, ele inaugurou os Batalhões de Ações Especiais de Polícia (BAEPs), que funcionam no “padrão ROTA” de policiamento.
Há vídeos de jovens em pânico sendo caçados, perseguidos e cercados pela PM, que ainda se aproveitava da situação para aterrorizá-los e espancá-los. Um vídeo é famoso por mostrar um policial rindo às gargalhadas enquanto batia na população com um cabo de ferro, inclusive um deficiente físico foi atingido. Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas sobre os jovens. Sabe-se que alguns morreram vítimas de espancamento pelas forças policiais e outros pisoteados em decorrência do pânico que as bombas e os tiros com munição de borracha causavam.
O massacre causou grande repercussão nacional e internacional. Prontamente, João Doria procurou justificar a chacina e prestar apoio incondicional à ação da polícia militar. Ele afirmava que a operação fora realizada dentro dos parâmentros legais, com absoluta proporcionalidade no uso da força. Não teria sido cometido crime por parte da PM, que somente reagiu às ofensivas dos moradores.
Para o governador tucano, a PM cumpriu seu papel, que é o de manter em um estado de terror permanente e assassinar os moradores das favelas, com o objetivo de manter o controle social direto sobre as comunidades pobres. Segundo sua ótica, isso nem sequer deve ser considerado crime, uma vez que foi executado em Paraisópolis o treinamento diário ministrado nos quartéis.
Após mobilizações de rua que denunciavam o massacre e a responsabilidade do governador, Doria procurou contemporizar e prestar (falsas) condolências às famílias dos jovens vítimas de sua política. O ocorrido demonstra uma vez mais a necessidade de mobilizar a população pela imediata dissolução da Polícia Militar, uma verdadeira máquina de guerra treinada e armada para o extermínio sistemático do povo negro e pobre das periferias urbanas.
Veja aqui as obras: