O primeiro de maio classista do PCO foi a contraposição fundamental ao primeiro de maio virtual, que não é um verdadeiro ato, com bandidos políticos promovido pela CUT, o PT e outras centrais sindicais. Enquanto um setor importante da esquerda reformista chama a união com golpistas de “solidariedade”, o PCO deu voz aos setores avançados da política nacional, denunciando a Frente Ampla e chamando a esquerda a boicotar a atividade. O ato classista e presencial, mostrou que é possível desenvolver a luta dos trabalhadores em total oposição a burguesia. Mais que isso provou ser essa a única maneira de luta.
Enquanto a esquerda dava a mão ao Fernando Henrique Cardoso no “1 de maio unificado” , Bolsonaro convoca mais um ato da extrema-direita contra o STF e o #golpedeestado se tornou trending topics do twitter em resposta ao chamado de Carlos Bolsonaro para o ataque ao stf, Congresso e governadores. O julgamento do processo contra o Lula está marcado para a próxima terça-feira (5), e o processo de cancelamento da inscrição partidária do PT foi arrolado pela procuradoria geral eleitoral. Mesmo assim, a esquerda chama de “histórico” a união de políticos de polos opostos num mesmo palanque (mesmo que virtual), na luta por uma suposta “democracia”.
Os R$53bi em pastas do governo concedidas pelo próprio Bolsonaro a setores do centrão, desmascaram o real caráter da “luta pela democracia”. Entre os favorecidos, Paulinho da Força, Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson. Os líderes do centrão tão adorado pela esquerda pequeno-burguesa, portanto, colocam em questão as suas próprias intenções com a aliança com os golpistas e um “fora Bolsonaro pelas mãos da burguesia”.
Em meio a crise total, a pandemia carrega consigo o aprofundamento da crise econômica. Os capitalistas, portanto, brigam pela própria sobrevivência, enquanto à população mundial é colocada a alternativa mortal entre a fome e a doença. A partir dessa contradição, a crise da política tradicional impõe a polarização entre esquerda e direita. Nessa situação, as saídas tradicionais da burguesia são a frente ampla ou o fascismo. Para a esquerda, a revolução social. Os reformistas, como no caso brasileiro, agarram-se a esforços espúrios para o salvamento das instituições burguesas, cruzada essa – pela própria crise histórica do capitalismo – fadada ao fracasso.
No ato do PCO, pronunciaram-se representantes dos comitês de luta contra o golpe, dos conselhos populares, da juventude, dos negros, das mulheres e do movimento operário. Em todas as falas, a concordância fundamental se figurava na seguinte frase: é preciso mobilizar, é preciso lutar, é preciso combater a classe capitalista. A fala final, do presidente nacional do partido, Rui Costa Pimenta, deixou patente a saída de lutas para a população: “nós lutamos pelo socialismo”. Os ganhos imediatos da população devem vir da sua própria organização independente que desenvolva a desconfiança em relação a burguesia, a fim de exterminá-la como classe. Essa é a saída para a crise. Essa é a conclusão que se deve tirar do Primeiro de Maio.