A Central Única dos Trabalhadores (CUT), principal organização sindical, operária e de massas do país tomou a decisão de não realizar ato presencial neste “Primeiro de Maio”, data maior dos trabalhadores, dia internacional de luta dos explorados em todo o mundo contra os seus inimigos de classe, os capitalistas e a burguesia mundial.
No lugar da convocação de um grande ato com manifestação para marcar a data histórica dos trabalhadores, a CUT, se valendo de argumentos descabidos e insustentáveis (a crise epidêmica do coronavírus) estará realizando uma transmissão via internet (palanque virtual), onde figurarão como convidados uma parte daqueles que são hoje os maiores inimigos dos trabalhadores, da população pobre e explorada do país, vítimas das piores vilanias e perversidades perpetradas por estes “ilustres” convidados.
Não vale um tostão furado o argumento que advoga a necessidade da formação de uma “frente ampla” para enfrentar o bolsonarismo, o que, de acordo com a CUT e demais organizadores do ato virtual, justificaria o convite a estes senhores (bolsonaristas algozes dos trabalhadores). Primeiro por que a data alusiva ao dia internacional dos trabalhadores foi instituída para reverenciar a memória dos mártires de Chicago e afirmar a luta da classe operária mundial contra os opressores e exploradores. Em segundo lugar, os convidados burgueses e golpistas da CUT e das demais “centrais” não representam qualquer mínima oposição ao bolsonarismo; ao contrário, são esses os elementos que estão fazendo o serviço sujo para Bolsonaro e Paulo Guedes no Congresso, articulando a aprovação de todas as iniciativas e ataques mais hediondos contra os trabalhadores e as massas populares (reforma trabalhista e previdenciária, reforma administrativa, rebaixamento salarial dos servidores, terceirização ampla).
É preciso deixar claro que a CUT está chamando para o seu ato os agentes executores da política de terra arrasada do bolsonarismo, de ataques à economia nacional; das privatizações; da ofensiva aos direitos e conquistas das massas populares; do ataque aos salários e às condições de vida de milhões de brasileiros, que neste momento estão sofrendo os horrores da infecção e das milhares de mortes pelo coronavírus, onde já se presencia, em algumas regiões, corpos amontoados em containers, com os mortos sendo sepultados em vala comum, configurando um cenário de verdadeiro horror e tragédia humana.
Neste sentido, não há qualquer argumento que possa justificar o convite a representantes de um setor da direita nacional supostamente por estarem conflito momentâneo com o bolsonarismo (o que nem é real, mas um jogo de cena, pois já há mais de trinta pedidos de impeachment contra Bolsonaro que estão engavetados na mesa do senhor Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal). Se houvesse alguma disposição em confrontar o bolsonarismo, o deputado carioca do DEM daria seguimento a algum destes pedidos, mas não o faz porque não há qualquer interesse no afastamento de Bolsonaro por parte de Maia e da grande maioria dos seus pares, o que certamente abriria uma crise de conjunto em todo o regime político, já em frangalhos.
Desta forma, a única política verdadeiramente consequente, classista, vale dizer independente e revolucionária neste Primeiro de Maio é a que vem sendo organizada pelo Partido da Causa Operária, que realizará um ato presencial (adotando todas as medidas de segurança) para reafirmar o caráter classista da data maior dos trabalhadores, defendendo, além das reivindicações mais sentidas das massa populares, a bandeira do “Fora Bolsonaro, Fora todos os golpistas, por novas eleições gerais, assegurados os direitos políticos do ex-presidente Lula.