Da redação – A disputa desenfreada em torno de alguns medicamentos, em meio a crise do novo coronavírus, deixou evidente a existência, e mais, o controle dos monopólios sobre a vida e a morte dos trabalhadores. Especialistas ouvidos pela BBC News denunciaram que a concentração nas mãos de um punhado de empresas poderosas, instaladas sobretudo em países ricos, mantém o mercado farmacêutico focado no lucro da burguesia enquanto o povo perece.
Há problemas antigos de uma indústria trilionária que não atende aos interesses dos pacientes ou de governos, nem mesmo em tempos de pandemia. O acesso a remédios mundo afora é desigual, pois, desde os investimentos em pesquisa, já se priorizam a medicação de uso contínuo, ou princípios ativos mais rentáveis do que antibióticos e vacinas.
Os números deste setor são gritantes no que se trata de lucros. Movimentando US$ 1,2 trilhão (pouco mais de R$ 6 trilhões) em 2018, as 10 maiores companhias do mundo em volume de vendas tiveram receitas de US$ 351,55 bilhões, sendo que seis delas são dos Estados Unidos (Pfizer, Johnson&Johnson, Merck&Co, Abbvie, Amgen e Gilead), duas da Suíça (Roche e Novartis), uma da França (Sanofi) e outra do Reino Unido (GlaxoSmithKline).
Posto isso, fica a pergunta: como um país com empresas que tem essa “arrecadação” (roubo das mais valia, somado aos altos preços e monopólio do setor), deixam morrer mais de 4 mil pessoas, sem respiradores, testes e vacina?
A resposta é simples: o sistema capitalista está em franca decadência, matando o povo propositalmente.