O velha Europa, berço da chamada “civilização ocidental”, está neste momento assombrada com um espectro que insiste em permanecer rondando o continente. Não se trata do comunismo, conforme desejava Karl Marx na célebre frase inicial do Manifesto Comunista de 1848, embora este (o comunismo) se coloque como a verdadeira e única alternativa à catástrofe da barbárie que assola não só os europeus, como de resto o conjunto da humanidade.
O que neste momento circula de forma descontrolada e amedronta povos e nações em terras europeias é o coronavírus e a doença por ele provocada, a covid-19, que já ceifou a vida de mais de 1 milhão e cem mil pessoas em todo o mundo, nos cinco continentes. Em número de infectados, os registros contabilizam quase 40 milhões de casos confirmados. Uma tragédia mundial inominável.
As milhares de mortes e as cenas macabras de caixões sendo levados aos cemitérios em comboios, vistas através de imagens que percorreram o mundo, parece novamente se apresentar para os europeus como uma cruel e dolorosa realidade. Nos principais países do continente, o alarme já soou e as medidas de segurança sanitárias para um novo confinamento já são admitidas pelos governos como recurso emergencial para conter a nova onda de disseminação do vírus.
Na Itália, Alemanha, Espanha, França e Inglaterra os novos casos se sucedem, apontando para um quadro que exige cuidados especiais das autoridades. onde restrições na circulação de pessoas já foram impostas em algumas localidades. Na Alemanha, somente no dia 16 de outubro, foram registrados 7.334 novas infecções, o que representa um novo recorde de casos desde o início da pandemia. Com esses novos números, o país contabiliza 348.557 infectados, com 9.734 mortes.
outra situação dramática vem sendo vivenciada pela Itália, um dos países mais afetados pela covid-19. Os italianos estão neste momento amedrontados, pois os registros apontam para uma situação verdadeiramente preocupante. O país registrou a marca inédita de mais de 10 mil casos do coronavírus em um único dia. De acordo com o Ministério da Saúde italiano foram 10.010 contágios confirmados em 24 horas, um novo recorde pelo terceiro dia consecutivo.
Esse quadro assustador e dramático se estende também a outros países, fazendo com que haja uma crescente situação de pânico entre a população, que voltou às ruas frequentando bares, cafés, restaurantes, museus etc. e que agora se vê obrigada a um possível novo isolamento social.
Enquanto a Europa se vê assolada por uma nova onda de reinfecção, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, fez um novo alerta, declarando que “a ideia de deixar o vírus da covid-19 circular livremente para alcançar a imunidade coletiva, em desequilíbrio no início da pandemia, emerge cada vez mais como uma miragem perigosa” (UOL, 16/10). Tedros completou dizendo que “nunca, na história da saúde pública, a imunidade coletiva foi utilizada como estratégia para responder a uma epidemia, muito menos a uma pandemia (idem, 16/10).