A destruição da educação pública no Brasil se intensificou com a eleição fraudulenta de Bolsonaro, na própria campanha eleitoral ele afirmava que sua política era do ensino a distância (EAD). A chegada do Covid-19 no país tornou a situação perfeita para impor esse sistema, usando a quarentena como desculpa diversos governos estaduais começaram a aplicar o EAD, política proposta pelo FMI e pelo Banco Mundial. Um dos motivos para esses ataques é o poder de mobilização dos estudantes, principalmente no ensino médio e superior, que pode abalar as bases de qualquer governo, outro é o imenso potencial de lucro para os capitalistas.
O governo do Mato Grosso do Sul, por exemplo, contratou a multinacional Google e utilizará diversas plataformas da empresa para o ensino de 210 mil alunos. No Brasil aproximadamente 40 milhões de crianças e jovens frequentam as instituições de ensino básico público, os lucros para as corporações imperialistas que assumirem esse mercado são até difíceis de mensurar. Não só isso como o EAD permite que se diminua drasticamente o número de professores por aluno o que acarreta em numerosas demissões dos trabalhadores da educação, num brutal processo de corte de gastos. E ainda mais desprezível é que isso permite que se diminua o número de escolas e assim que as construções e terrenos do Estado possam ser cedidos aos capitalistas para lucrarem com a especulação imobiliária.
Com a destruição do ensino público superior a tendência é que os estudantes pobres sejam obrigados a fazer EAD devido aos custos abusivos das universidades particulares presenciais de maior qualidade. Uma empresa privada de ensino, a Catho Educação, teve um aumento em 68% das matrículas de EAD no período de 21 de março a 6 de abril, ou seja, durante a quarentena. Não só isso como o EAD é justamente um dos métodos de ataque ao ensino público superior que também vem sofrendo com a política de cortes de orçamento e intervenção nas reitorias desde o início do governo ilegítimo de Bolsonaro.
Com a crise do covid-19 e a crise econômica, que está caminhando para ser a maior de toda a história do capitalismo, a luta de classes se acirra cada vez mais. De um lado esta burguesia nacional e o imperialismo que usam de suas armas, como o EAD, para destruir a educação brasileira e lucrar fartamente no processo. Do outro lado está o povo, principalmente os estudantes e trabalhadores da educação, que tem como sua única arma a mobilização. A APEOESP, sindicato dos professores de São Paulo, já declarou o Fora Bolsonaro e a luta contra o EAD, resta agora às organizações estudantis CAs, DAs, DCEs, a UNE e a UBES fazer o mesmo. Só com a mobilização da povo e a derrubada do governo golpista de Bolsonaro se poderá salvar a educação pública e também garantir que os capitalistas paguem pela crise econômica e da saúde.