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Dia de Hoje na História

23/04/1968: ocupação da Universidade Columbia contra Guerra do Vietnã

Em 1968, estudantes invadiam a Universidade de Columbia nos Estados Unidos após descobrirem que a instituição ajudava o estado na guerra contra o Vietnã

A Guerra do Vietnã já durava 12 anos, quando em 1967 um estudante de nome Bob Feldman da Universidade de Columbia nos Estados Unidos descobriu documentos na biblioteca de direito da universidade que comprovavam o apoio da instituição no desenvolvimento de armas para os Estados Unidos durante a guerra. Feldman, junto de mais cinco estudantes, ativistas contra a guerra do Vietnã, formou um grupo que ficou conhecido como “The IDA Six”, já que os documentos encontrados por Feldman mostravam a ligação da universidade com o Instituto de Análise de Defesa.

A mobilização anti-guerra, no entanto, já vinha se desenvolvendo desde que a guerra havia começado e havia se intensificado durante a década de 60. O agrupamento de estudantes contra a guerra, Students for a Democratic Society (SDS), já possuía um certo desenvolvimento e tamanho e estava a ponto de explodir. A chegada dos documentos comprovando a ligação da Universidade de Columbia com o Instituto de Análise de Defesa foi, portanto, apenas o detonador de uma crise que já estava a ponto de explodir.

Se não bastasse a guerra do Vietnã, a década de 60 também vinha se desenvolvendo através da luta de organizações dos negros dos Estados Unidos.

Em 1968, a Universidade de Columbia estava iniciando a construção de um ginásio no bairro do Harlem, bairro de trabalhadores negros e latinos. Sua construção já havia expulsado várias pessoas de suas casas e, inclusive, fazia com que alguns dos moradores do bairro tivessem de pagar aluguel para a universidade. Isso tudo contribuiu para outro movimento, chamado de Student Afro-American Society (SAS).

Os Estados Unidos viviam um verdadeiro caos social, já que alguns dias antes da ocupação da universidade, no dia 4 de abril de 1968, o líder do movimento negro nos EUA Martin Luther King Jr. havia sido assassinado. 8 dias após o incidente, os protestos se iniciaram.

Os primeiros protestos, do dia 12 de abril, levaram que tanto o SAS quanto o SDS, invadissem o campus da Universidade de Columbia em 23/04/1968, com o intuito de impedir a construção do ginásio e pedir o fim da guerra contra o Vietnã e o fim da colaboração da universidade com a guerra. Em um primeiro momento, tentaram ocupar uma das bibliotecas, depois, a construção do ginásio, mas por motivos de segurança acabaram por ocupar o prédio de Hamilton Hall.

Um problema, porém, tomou conta da manifestação. Enquanto ambos os grupos tomavam conta do prédio, o grupo do SAS pediu para que o grupo SDS se retirasse da ocupação, já que havia uma certa divergência sobre o tema central das manifestações. O SDS estava mais preocupado com a questão da guerra, enquanto o SAS reivindicava a luta central contra a construção do ginásio. O SAS também reivindicava autonomia do SDS, por uma questão racial.

Os dois grupos se dividiram a partir daí. O SDS acabou por ocupar outros locais e a ocupação se tornou famosa no país, ainda mais depois que o SDS fez o reitor em exercício, Henry S. Coleman, como refém e tomou a sala do presidente da universidade, fazendo uma foto que se tornaria famosa, em que o na época estudante e posterior escritor David Saphiro fuma sentado na cadeira do presidente.

Após alguns dias de protestos, alguns alunos de direita se organizaram para fazer um contraprotesto, alegando que os estudantes que haviam tomado a universidade não os representava. Após isso, a polícia invadiu a universidade e pôs fim à manifestação no dia 30 de abril de 1968.

A ocupação fez parte de um dos anos de mais forte mobilização da história no movimento estudantil, contando com mobilizações em todo o planeta. As mais famosas foram justamente as mobilizações nos Estados Unidos e na França, chegando a ocorrer também no Brasil.

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