Da redação – A crise do Coronavírus mal chegou ao Brasil e já está fazendo grandes mudanças na vida econômica do brasileiro. Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, 51% dos cidadãos já afirmam terem perdido renda e já estão fazendo contenção nas despesas. De dois a cada três trabalhadores afirmam que seus empregos podem ser bastante prejudicados com a crise. Infelizmente, dentro desse cenário, os trabalhadores mais pobres serão os mais prejudicados, afinal são estes que já estão sofrendo há tempos com a desigualdade e a pobreza oriundas da economia capitalista e do regime golpista.
Uma crise de tamanhas proporções sempre acerta em cheio o trabalhador que não tem condições de vida mais favoráveis. Muitas vezes estes trabalhadores estão na linha da informalidade e com a forte queda econômica veem seus ganhos indo a praticamente zero, além disso, ainda precisam se virar com verdadeiras esmolas que o governo está disponibilizando para sua sobrevivência.
Os gastos na casa do trabalhador estão sendo cada vez mais suprimidos e as dificuldades aumentam a cada dia. Enquanto isso, os trabalhadores que tem emprego fixo vivem a incerteza de quanto vão receber de salário, já que o governo permitiu que os salários fossem cortados até 70% , e outros já entraram na estatística dos trabalhadores que perderam seus empregos. Os trabalhadores precisam escolher se vão comer carne, pagar o aluguel, a água, a luz, pois tudo que precisam para sobreviver o dinheiro não vai dar conta e nem o governo. A incerteza dos próximos meses afeta em cheio quem sempre esteve a margem da sociedade, e leva há um retrocesso de todas as condições e qualidade de vida dos trabalhadores.
As políticas do governo golpista também não projetam um futuro melhor para os trabalhadores. Enquanto é oferecido uma esmola de R$600 ao trabalhador, bancos continuam recebendo trilhões e não produzindo riqueza alguma, apenas sugando o dinheiro do contribuinte. Não há plano concreto para distribuição de renda justa, para a manutenção da vida do trabalhador e também não há medidas efetivas para que a pandemia não seja de proporções catastróficas pois não há leitos, testes, respiradores, materiais de proteção nem para os profissionais de saúde, quanto mais para a população mais pobre.
O futuro do trabalhador brasileiro é incerto mas não há como ser otimista diante de um cenário como este. É por isso que é necessário a mobilização do trabalhador e a formação dos conselhos populares, uma das medidas propostas pelo PCO para lutar diante da crise. Somente o trabalhador sabe o que se passa na sua realidade e o que ele necessita para atravessar esse momento tão turbulento, e somente sua mobilização e pressão podem garantir que ele não saia cada vez mais prejudicado e pague pela crise burguesa.