Relatório elaborado pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol denuncia um crescimento de 70% nos casos de racismo, machismo e homofobia nos estádios.
A pesquisa realizada enumera 88 casos em 2018, chegando a 150 episódios na temporada passada – sendo, portanto, 62 casos a mais.
A análise mostra uma elevação nos casos de racismo, que saltaram de 56 para 65 em um ano.
Outro dado chama a atenção: os casos de discriminação racial estão espalhados por 16 estados brasileiros. O Estado com mais casos de racismo em estádios, foi o Rio Grande do Sul com 17 ocorrências, em seguida vem São Paulo, com cinco, em terceiro Rio de Janeiro, com quatro casos denunciados.
Segundo relato dos jogadores, há casos de injúrias raciais em 14 estados, espalhados pelas cinco regiões do país. Neste caso, o Rio Grande do Sul também lidera, com 20,5%.
Como resultado indireto de pressões da esquerda pequeno burguesa, a CBF criou um protocolo para punir os casos de racismo, adotou um protocolo que prevê punições aos clubes e entidades ligadas à eventos esportivos que tenham casos comprovados de racismo por parte da torcida, ou de indivíduos. As penas baseadas no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que define:
“Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”
Levará a penas que vão de multa a perda de pontos.
Outra questão importante a se observar baseando-se no gráfico elaborado pelo Observatório da discriminação Racial no Futebol, é que o aumento da incidência dos ataques raciais tem uma relação quase direta com o momento político da realização do golpe de Estado no Brasil.
Observando–se os números temos 20 casos em 2014, período inicial da tentativa de derrubada do governo petista de Dilma Rousself, passando para 35 em 2015, ano em que a direita partiu decisivamente para derrubar o PT, passando por um leve declínio em 2016, quando os casos relatados foram da ordem de 25, para uma subida abrupta em 2017, já com o governo golpista de Michel Temer, chegando a 43 casos e 2018, ano da eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro com 44 e em 2019 com recorde em denúncias chegando a 65 casos. Tais números mostram que enquanto a extrema direita cresce na política nacional, os seus tentáculos preconceituosos e violentos também vão se reforçando na sociedade.
Como já foi assinalado inúmeras vezes por este jornal acerca da questão da violência contra o negro nas mais variadas situações, em nenhuma hipótese pedir por mais repressão como fazem vários círculos da esquerda pequeno burguesa e aí também incluídos setores do movimento negro brasileiro, que pedem por mais leis rigorosas irá solucionar o problema do racismo ou de forma alguma como já está sendo demonstrado por estes levantamentos, irá impedir que casos como esses continuem a acontecer.