Nesta última quarta-feira, dia 08/04/2020, no seu relatório intitulado “O preço da dignidade”, a Oxfam Internacional relata que entre 6% a 8 % da população mundial deve ser jogada na pobreza em decorrência da paralisação econômica provocada pelo distanciamento social utilizada para contenção da pandemia do covid-19.
A Oxfam International é uma confederação formada em 1995, composta por um grupo de 19 organizações não-governamentais independentes, que segundo os mesmos, tem o objetivo de reduzir a pobreza e a injustiça global. Seu nome “Oxfam” deriva do Comitê de Oxford para a Ajuda à Fome, atua buscando engajar setores públicos e privados nessa luta, ou seja uma organização burguesa, que em momento algum se coloca como revolucionária.
Segundo a organização, o resultado da política de isolamento social seria “constituir um recuo global de 10 anos na luta contra a pobreza e um recuo de 30 anos em regiões como a África Subsaariana (parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara), o Oriente Médio e o norte da África”
Os países mais pobres, onde a população foi espoliada dos seus serviços de proteção social seriam os mais afetados, assim como os setores politicamente mais oprimidos, como mulheres, jovens e negros.
Ainda segundo a Oxfam, seria necessário, para barrar esse cenário de barbárie que desponta, a suspensão de pagamentos da dívida externa dos países mais afetados esse ano, ou seja um ano sem a rapina internacional no países mais pobres. Foi citado o exemplo de Gana, onde o corte dessa expropriação internacional, possibilitaria ao governo ganês “fornecer vinte dólares por mês para cada uma das 16 milhões de crianças, deficientes e idosos do país por seis meses”.
No relatório ainda se recomenda ajuda financeira direta às pessoas mais afetadas, apoio prioritário às pequenas empresas e condicionamento da assistência às grandes empresas a adoção destas de medidas para os mais vulneráveis. Exatamente o oposto da política praticada pelo governo golpista do Brasil.
A Oxfam também aconselha um aumento de pelo menos US$ 1 bilhão em Direitos Especiais de Saques (DES) do Fundo Monetário Internacional para ajudar as nações mais pobres e aumentar o apoio ao desenvolvimento aos países doadores, completando suas reservas.
O quadro dantesco apontado pela Oxfam longe de ser consequência de uma pandemia, é produto inevitável do regime capitalista e só teve sua maturidade acelerada pela pandemia, trazendo a tona a necessidade de debate e organização para superação deste regime.