Em nome do “ajuste fiscal” e da “austeridade” os governos capitalistas, especialmente os neoliberais, atacaram com muita intensidade os direitos sociais e econômicos dos trabalhadores. Um dos setores atingidos vigorosamente por essa política são os servidores públicos. O ministro da economia, Paulo Guedes aproveitando-se da crise da pandemia coronavírus declarou a intenção do governo em proibir aumento dos servidores nos próximos dois anos.
De qualquer modo, a política econômica do governo Bolsonaro, e dos governos capitalistas com a acentuação da crise econômica com a pandemia, é derramar uma grande quantidade de dinheiro para salvar os bancos e os empresários. Em geral, apenas migalhas são distribuídas para a população, no Brasil, com apoio da esquerda no congresso nacional, foi aprovado um “ voucher coronavírus” de R$600 reais para setores mais atingidos pela depressão econômica.
Por outro lado, os servidores públicos são apresentados como sendo um setor “privilegiado” por ter estabilidade de emprego e salários e foram escolhidos pelos economistas burgueses e pela imprensa capitalista como os bodes expiatórios.
É importante ressaltar, que os servidores públicos foram atacados na recente reforma da previdência, tanto pelo governo Bolsonaro quanto pelos governos estaduais, Como resultado, houve o aumento da contribuição previdenciária e as regras para aposentadoria aumentaram o tempo de serviço.
Além do mais, na prática a maioria das categorias do serviço público federal estão sem aumento salarial desde de 2015/2016, portanto, desde do golpe de 2016, não tem havido nem mesmo a reposição das perdas salariais em decorrência da inflação oficial.
A proposta do ministro foi apresentada para a bancada dos deputados do DEM no Congresso Nacional, como uma “ alternativa” diante das propostas de redução salarial. Aja visto que inicialmente os técnicos do ministério da economia chegaram a propor uma redução salarial de cerca de 25 % nos vencimentos dos servidores públicos, sendo que o presidente da Câmara de deputados, Rodrigo Maio veio a público defender a redução salarial, como cota de sacrifício dos servidores públicos diante da crise e do desemprego. Inclusive, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) e o Partido Novo apresentaram propostas visando a redução salarial dos servidores.
Evidentemente, os sindicatos dos servidores públicos e a CUT não podem aceitar a “contraproposta” de congelamento salarial, ainda mais quando os recursos públicos estão distribuídos fartamente para os capitalistas.
È preciso mobilizar os servidores pelo aumento salarial e pela melhoria do serviço público, neste sentido, devemos rechaçar os setores da esquerda que insinuaram que a medida não é tão ruim. O plano de Guedes é mais um ataque contra o trabalhador, não combater essa proposta é apoiar um ataque contra os trabalhadores e ser conivente com a visão neoliberal que os servidores públicos devem pagar pela reforma do Estado.