Nesse contexto, ‘solicitamos o cancelamento da dívida externa soberana dos países latino-americanos pelo Fundo Monetário Internacional e outras organizações multilaterais’, destaca o texto assinado por economistas e intelectuais de prestígio.
Os signatários também pedem que os credores privados aceitem um processo de reestruturação da dívida que contemple um default absoluto de dois anos sem juros.
Celag explica as sombrias perspectivas financeiras, econômicas e comerciais esperadas como conseqüência da crise da saúde e garante que este é o momento de a dívida não ser mais um obstáculo entre os desafios enfrentados por diferentes países.
‘Esta é uma oportunidade única para impedir que o peso da dívida seja um obstáculo ainda maior do que aumentar o complexo desafio de superar esse momento social e econômico crítico’, diz a declaração assinada pelo ex-presidente do Equador, Rafael Correa, e pelo ex-vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera.
A análise cita dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, que representam perdas globais de dois trilhões de dólares, enquanto a Organização Mundial do Trabalho adverte cerca de 25 milhões de empregos em risco.
Financeiramente, a Celag alerta para saídas de capital de países emergentes por um valor recorde de US $ 60 bilhões em menos de dois meses, segundo informações do Instituto Internacional de Finanças.
Os signatários concordam que os países latino-americanos não podem enfrentar efetivamente o Covid-19 e, ao mesmo tempo, cumprir as obrigações de pagamento quando a dívida externa equivale a 43,2% do Produto Interno Bruto da região. ‘Diante de tantas dificuldades, o cancelamento da dívida externa é uma ação tão necessária quanto possível’, conclui a análise, também rubricada pelos economistas Gustavo Petro, da Colômbia, e Alfredo Serrano, da Espanha.