No Estado do Mato Grosso do Sul vivem 63 mil índios, grande parte em acampamentos na beira das estradas e em fundos de fazendas. É também no Estado que estão registrados os maiores conflitos da luta pela terra, onde rotineiramente são assinados indígenas, trabalhadores do movimento sem terra e vítimas da grilagem de terra.
O militar da reserva José Magalhães Filho, militante de extrema direita, conhecido por transportar um megafone durante as manifestações coxinhas, com palavras de ordem contra a corrupção, contra os movimentos sociais e contra a esquerda em geral, candidato nas últimas eleições ao cargo de deputado estadual pelo PSL, é fervoroso cabo eleitoral do fascista Jair Bolsonaro.
Magalhães Filho, eleito a menos de 50 dias para cargo de coordenador da Funai do Estado, vem sendo alvo de protestos dos índios de maneira sistemática, e desta vez a manifestação foi na ultima segunda feira (16). Um grupo de 20 representantes de seis aldeias da etnia kadiwéu, localizadas na Serra da Bodoquena, reuniu-se com ele para reclamar da troca do coordenador de Bonito.
Sem acordo, a sala onde ocorria o encontro foi ocupada pelos indígenas, e o coordenador bolsonarista foi expulso do prédio. Os indígenas queixam-se da nomeação de Fábio Lemes, dizem que ele é ligado a grupos adversários da causa da demarcação de terras.
E afirmam, inclusive, não se responsabilizar pelo que pode acontecer com ele se continuar no cargo. É essa a disposição que os índios, movimentos sem terra e camponeses tem que ter, a luta. Contra o inimigo em comum, o governo golpista e de extrema direita de Jair Bolsonaro, que é o principal aliado dos latifundiários da região.