Retrospecto do golpe no Haiti

29/02/2004: imperialismo derruba Jean-Bertrand Aristide no Haiti

Há exatos 16 anos, o presidente eleito do Haiti, Jean Bertrand Aristide, renunciava e fugia para a África do Sul.

Em 29 de fevereiro de 2004, após toda uma campanha golpista da burguesia que se desenvolveu desde sua eleição – inclusive com o avanço de tropas paramilitares vindas da República Dominicana – o presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, renuncia ao seu mandato. Após a sua renúncia, Aristide foge para a África dentro de um avião dos EUA, acompanhado por militares norte-americanos. Sua ação se dá por influência do Secretário de Estado dos EUA, general Colin Powell, que o aconselha a renunciar por não haver a possibilidade de ele se enfrentar com os rebeldes, já que não possuiria apoio popular naquele momento.

Seria a segunda vez que Aristide teria seu mandato interrompido, tendo sido a primeira em 1991, em que foi derrubado por um golpe militar executado pelo General Raul Cedras. Depois da renúncia do presidente eleito do Haiti, o governo norte-americano celebrou e disse que a crise que levou à sua derrubada foi consequência de suas próprias ações, que não estaria governando a favor dos interesses do Haiti.

No entanto, é preciso ter claro que os conflitos que se desenvolviam naquele momento no Haiti foram todos fomentados pela própria influência norte-americana. Os EUA nunca deixaram de intervir na estabilidade da nação caribenha, a primeira a abolir a escravidão no continente, graças a uma luta encarniçada de seu povo contra o imperialismo. Desde o final do Sec. XVIII, quando o Haiti se tornou independente e autônomo, com seus ex-escravos tendo sido transformados em cidadãos, o país vem sendo alvo de bloqueios, de boicotes, de tentativas de golpe e de cercos de todo tipo.

Após esse golpe de estado de 2004, que culminou com a renúncia de Aristide do poder, o Haiti foi ocupado por tropas estadunidenses, francesas e canadenses, que vinham para reprimir a população do país, já à beira de uma guerra civil. Posteriormente, a missão passou a ser comandada pelo Brasil e as tropas dos países imperialistas foram substituídas pelas brasileiras e também por tropas da Argentina, Chile, Nepal, Sri Lanka e Uruguai, que ficaram encarregadas de fazer o trabalho sujo do imperialismo e massacrar o povo haitiano.

As tropas brasileiras deixaram o país apenas no ano de 2017, após 13 anos de ocupação. Aristide retornaria ao Haiti apenas em 18 de março de 2011, a despeito da vontade do imperialismo, inclusive com seu partido tendo sido impedido de participar nas eleições daquele ano.

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