Da redação – Nessa segunda-feira (17), foi encontrado o corpo do jovem Clayton Tomaz de Souza, em uma mata próxima da estrada de Gramame, em João Pessoa (PB).
Ele estava desaparecido e sua família reconheceu o corpo, com marcas de disparos de bala de fogo. Clayton era estudante de Filosofia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Em sua conta no Twitter, o estudante (apelidado de “Alph”) havia postado um vídeo, em janeiro de 2019, denunciando que sofria perseguição dos seguranças da universidade devido à sua militância no movimento estudantil.
“Minha vida está em risco, galera. Qualquer hora dessas, estes caras dão cabo de mim. Fica aí o recado, se eu aparecer morto, foram eles. Não tem outra: foram os guardinhas da UFPB”, denunciou no vídeo, falando em voz baixa enquanto passavam os seguranças da universidade, ao fundo.
A perseguida pic.twitter.com/YQ1Qaevbri
— Tá vendo Yolanda ??? (@Alphtom) January 27, 2019
Os seguranças privados, sejam de empresas, lojas, estabelecimentos comerciais ou instituições de ensino, são, historicamente, os primeiros a aderirem às organizações fascistas, junto com os policiais e militares. Isso ocorreu na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler, por exemplo.
Com o processo golpista no Brasil, a extrema-direita tem realizado diversas ações, dentre elas a repressão por parte de guardas e seguranças. Isso é incentivado nas escolas e universidades por projetos fascistas como a Escola Sem Partido e a militarização das escolas, com o claro objetivo de perseguir, reprimir e sufocar o movimento estudantil.
No ano passado, o governo de características fascistas de Jair Bolsonaro impôs interventores em várias universidades para montar o esquerda de vigilância e, na semana passada, foi descoberto que um espião da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se infiltrava na Universidade de Brasília (UnB), também com as mesmas intenções.
O movimento estudantil deve se organizar para expulsar os fascistas das escolas e universidades e o caso do possível assassinato de Clayton por seguranças da UFPB demonstra a necessidade de formação de comitês de autodefesa dos estudantes dentro das universidades, para se protegerem coletivamente dos ataques da extrema-direita.
Haverá um ato, esta noite, na UFPB, de repúdio ao assassinato de Clayton e de denúncia contra a repressão aos estudantes.