O ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou na quinta-feira (06) que os sindicatos que estão dirigindo a greve dos petroleiros têm de pagar multa de R$ 500 mil por cada dia de paralisação e ainda determinou a o bloqueio das contas dos sindicatos. Além disso, o ministro autorizou a direção da Petrobrás a contratar trabalhadores temporários para substituir os grevistas enquanto 90% devem permanecer trabalhando normalmente.
Em sua decisão, Ives Gandra qualificou o movimento de “abusivo” e disse que há “conotação política”. Ainda de acordo com o juiz fascista, “há limites” para o direito de greve. Isto é, os interesses da extrema-direita encastelada no Judiciário são os limites para o direito democrático dos trabalhadores.
A greve nacional dos petroleiros, que mantém a ocupação de unidades da Petrobrás, teve início dia 1º de fevereiro e já dura oito dias. As greves têm como eixo central a luta contra a política de demissão massiva promovida pelo governo Jair Bolsonaro na Petrobrás, que, ao fim e ao cabo, pretende terminar com a privatização da estatal, a mais importante do Brasil. O ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes, afirmou reiteradas vezes que a privatização da petroleira é uma das prioridades do governo.
As determinações arbitrárias e antidemocráticas do ministro Ives Gandra, um elemento da extrema-direita bolsonarista, demonstram que o país já vive em uma virtual ditadura, uma vez que o direito de greve e mobilização dos sindicatos dos trabalhadores da Petrobrás foram cassados e um enorme contingente de policiais militares foi chamado para reprimir e intimidar os trabalhadores. O TST, a polícia e as demais instituições públicas agem para banir os direitos fundamentais dos trabalhadores, que estão ameaçados pela perda do emprego.
O governo fascista de Jair Bolsonaro busca sucatear para privatizar a Petrobrás, de forma a entregar a mais importante empresa brasileira para a sanha do capital financeiro internacional.