Todo poder aos trabalhadores!

Um governo sem poder

O acirramento da luta de classes tem colocado as conclusões pequeno-burguesas em xeque. É fundamental lutar pela tomada do poder pelos trabalhadores!

O período político que estamos vivenciando no país, de profunda polarização, tem deixado em relevo várias contradições, não só nos diversos campos políticos, mas também por dentro de campos específicos como na esquerda pequeno-burguesa. Desde o golpe de 2016, que derrubou o governo eleito da presidenta Dilma Rousseff, setores da esquerda tem travado um intenso debate sobre como recuperar o comando do poder político, levando um candidato da esquerda à Presidência da República.

Este embate está amparado na tese de que, durante os últimos quatro governos do PT, se conseguiu produzir um arranjo entre as forças políticas que permitiram que Lula e PT chegassem ao poder, no caso em 2003, e dirigissem os rumos do país. Assim, para que seja possível derrotar a extrema direita e retornar o governo, seria necessário que, de alguma, forma fosse produzido um arranjo político semelhante àquele dito vitorioso. O que leva ao desenvolvimento de diversas soluções “miraculosas”, como a via da frente ampla, que em síntese se resumem a buscar acordos com setores da burguesia e frear a luta dos trabalhadores contra o regime.

Mais do que partir de uma avaliação completamente equivocada, esta situação demonstra algo mais profundo sobre qual real solução que os partidos políticos da esquerda, apresentam à população sobre toda a constante opressão da burguesia capitalista, a questão do poder político de fato.

Este problema se coloca a todos os partidos da esquerda, mas se apresenta de forma mais importante dentro do PT, primeiro, por ser a força política mais importante da esquerda em termos de capital eleitoral e, segundo, por possuir uma base social formada por trabalhadores e movimentos populares. Dentre os vários setores têm-se, a ala direitista que vem sinalizando, como obstáculo ao avanço do partido à vitória nas próximas eleições, a atuação da ala lulista, há a direção do partido que se coloca na linha de fazer acordos com setores da burguesia, a ala lulista que se contrapõe à aliança com setores golpistas, mas não com outros setores da burguesia e os setores mais à esquerda e militante que criticam de maneira genérica os setores direitistas, mas igualmente não consegue apresentar uma alternativa de poder.

Poder de direito, mas não Poder de Fato

É então que se apresenta o problema principal que está posto sobre todas estes setores: apresentar à população uma real via ao poder político. Em nenhuma destas vertentes há uma real opção de tomada do poder político que o retire da burguesia e coloque nas “mãos” dos trabalhadores. O que de fato todos os setores dentro do PT, e o partido de conjunto tem a apresentar à população é, simplesmente, uma via eleitoral, a qual em nada irá alterar o real domínio político da burguesia. Por aparente diferentes caminhos, vários setores da esquerda pequeno-burguesa apresentam “soluções” para chegar ao comando do poder executivo e ter um governo, mas isso não significa subjugar os diversos agentes que atuam dentro do Estado burguês, o que significa não deter o poder político de fato.

 

O problema foi abordado na última Análise Política da Semana (08/02/20), assista aqui:

http://https://www.youtube.com/watch?v=E6x3wfaPiZA&t=1499s

 

Ao realizar um arranjo eleitoral e artificial com a burguesia golpista, com setores da esquerda pequeno-burguesa, caso vitorioso o governo que surgirá será completamente dominado por pelas forças políticas que atuam há muito tempo por dentro do Estado brasileiro como militares, financistas, latifundiários, a burguesia internacional, toda a cúpula do judiciário, o congresso nacional etc. Ou seja, terá o governo, mas efetivamente não poderá realizar mais do que pequenas reformas, programas sociais parciais, sem que estas ações abalem minimamente o poder da burguesia, a espoliação do patrimônio nacional e dos trabalhadores. Ilustrando esta situação dentro do atual cenário político, em que o governo de terra arrasada do Bolsonaro está destruindo o país e esfolando os trabalhadores, um governo (por esta via) que poderia ter a fisionomia de um político da esquerda, mas que seria dominado por estas forças burguesas enraizadas no Estado, seria fortemente pressionado pela revolta das massas populares, sem que pudesse dar qualquer solução.

Por outro lado, a única via que realmente se coloca real luta pelo poder político, é a construção de uma via própria e independente dos trabalhadores, sem a burguesia. É necessário construir um partido operário, que responda aos interesses da classe trabalhadora, um partido que lute para que a situação política seja determinada pela mobilização popular. Isso somente é possível dentro de um real partido socialista, revolucionário, que seja apoiado na mobilização das massas.

Em suma, esta via representa a luta pela ditadura do proletariado, o real regime que vai trazer a democracia de fato ao mundo, pois é o regime em que prevalece a soberania popular e único capaz de pôr fim às contradições da sociedades em classes, permitindo o surgimento de uma sociedade comunista.

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