Contrariando as declarações de Rui Costa (PT), que classificou como “caso isolado” as imagens de violência em que um jovem negro é espancado por um policial militar no bairro de Paripe, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador, circula nas redes sociais um novo vídeo de agressão policial no estado.
A gravação mostra um homem negro caído, apoiado no chão, sendo chutado no rosto violentamente por um PM. A versão que circula nas redes sociais acompanha a mensagem: “Até quando, @ruicostaoficial?”. O vídeo teria sido gravado no Pelourinho, na terça-feira (4), dois dias após o ataque ao adolescente de 16 anos de Paripe.
Os casos de repercussão de violência policial têm sido frequentes na Bahia, estado comandado por uma política de concessões reacionárias. O petista Rui Costa já anunciou a candidatura de uma major da PM, pelo PT, para a prefeitura de Salvador. Sobre os acontecimentos, afirmou que não admite violência policial e que eles “não correspondem ao comportamento da instituição”, em uma clara tentativa de justificar seus projetos oportunistas diretamente contrários aos interesses do trabalhador.
Mas a realidade é que, diferente do que afirmou o governador, a PM é o aparato de controle sobre a população miserável; por meio dele, a burguesia coloca em prática a sua política de massacre e extermínio de pretos e pobres. É a materialização da repressão que visa a obediência incondicional do trabalhador, evitando que este reconheça sua força ao submetê-lo ao domínio do poder bélico.
As arbitrariedades policiais que resultam em verdadeiras carnificinas são generalizadas pelo país, e os casos repercutidos representam sua parcela mínima. É preciso lutar pelo fim da Polícia Militar, máquina encarregada da necropolítica burguesa, estimulando a criação de comitês de autodefesa que reúnam e orientem a população – a política antiarmamentista da esquerda apenas mantém o povo vulnerável à arbitrariedade policial: a luta pelo direito ao armamento das amplas massas populares é fundamental para o fim dos massacres perpetrados pela PM.
O estado de direito nunca será realidade enquanto uma organização de caráter genocida for comandada por um Estado que detém o monopólio da força. Em detrimento do respeito aos direitos fundamentais de todos os indivíduos, o terror, a truculência e a arbitrariedade são as características principais do braço armado sanguinário que promove a morte do povo trabalhador.