Em mais um ataque em favor dos monopólios da mineração, Bolsonaro alterou profundamente o conselho deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) de modo a excluir a participação de entidades que não estavam ligadas aos interesses desses grupos. Com isso, o orgão que contava com representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e de outras 4 entidades passará a ser dominado exclusivamente pelo governo golpista de Bolsonaro.
Criado em 1989, o FNMA deveria financiar projetos que tratem do uso sustentável de recursos naturais, cuja decisão sobre quais projetos serão beneficiados, naturalmente, é de competência do conselho deliberativo presidido pelo Ministro do Meio Ambiente. Em 2019, o Fundo contou com orçamento superior a R$50 milhões, dos quais R$289 mil foram utilizados na administração do mesmo, sem que nada tenha sido efetivamente aplicado em projetos, o que levou mais de R$49 milhões para a reserva de contigência. Para o ano de 2020, estão previstos mais de R$ 33 milhões para o FNMA porém,com a atual composição do conselho, não é preciso muita imaginação para perceber a orientação política que moverão as decisões deliberadas.
Eleito com apoio fundamental do imperialismo, como uma espécie de governador geral do Brasil, a sobrevivência política do regime de Bolsonaro depende do fascista permanecer nas graças dos capitalistas que o sustentam, e tem muito interesse na expropriação das riquezas naturais brasileiras, o que precisam com o menor custo possível de modo a manter a inflação em seus próprios países baixa e seus trabalhadores, calmos. Se isso significar queimar as florestas e biomas brasileiros, eles farão sem nenhuma crise de consciência. Se significar matar centenas de pessoas em tragédias como Brumadinho, tampouco se importarão. Podem não se expressar sobre os brasileiros com a mesma eloquência que o “fascista fofinho” Winston Churchil sobre os indianos mas quem em sã consciência duvida que os grandes burgueses das nações imperialistas consideram os brasileiros “pessoas horríveis com uma religião horrível” e que “se reproduzem como coelhos”, especialmente quando o próprio governo bolsonarista diz coisas assim do povo?
Importante destacar que isso não se trata de uma política isolada do ministro do Meio Ambiente, o playboy fascista Ricardo Sales, e tampouco adianta pedir a cabeça do ministro. A exemplo do que ocorreu em outras trocas nos cargos do alto escalão governamental, essa política tende a ser impulsionada pela direita centrista, que busca manter Bolsonaro sob rédeas curtas e manter o governo em crise constante para melhor controlá-lo. A posição da esquerda mais combativa não deve portanto se confundir com a dos setores mais oportunistas que, ansiosos por um acordo que lhes garanta a boquinha, embarcam de cabeça na política da direita e confundem a população. É preciso tirar o foco dos peões mais ou menos graduados e ir pra cima do capitão.
Para isso, o PCO tem estimulado a criação de comitês de luta com caráter suprapartidário que reunam os setores mais destacados e dispostos da população para sair da pasmaceira imposta pela política castradora desses grupos pequeno burgueses que pedem fora todos mas se recusam a convocar o fora Bolsonaro por puro cretinismo parlamentar. Por isso toda força no trabalho coletivo através dos comitês. Fora Bolsonaro!