Em resposta à decisão do ministro fascista do Superior Tribunal do Trabalho, Ives Grandra Martins Filho, que, na prática, decretou a ilegalidade da greve dos petroleiros na terça-feira, 4, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), acertadamente, conclamou a categoria a aprofundar a greve por todo o País.
Já são 30 unidades operacionais paralisadas e 15 mil trabalhadores em greve, inclusive os trabalhares da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), da Araucária Nitrogenados, uma subsidiária da Petrobras. O governo golpista quer encerrar as atividades da Fafen e demitir mais de mil trabalhadores. Foi justamente nessa fábrica que, na sexta-feira passada, desconsiderando o alerta dos funcionários sobre a necessidade de manutenção das caldeiras em funcionamento, a direção da empresa, conscientemente, produziu um acidente que paralisou uma caldeira e levou ao vazamento de amônia, substância altamente tóxica que poderia ter consequências graves para os trabalhadores acampados na porta da fabrica e também para a população da cidade de Araucária.
A política do governo fascista de Bolsonaro é a de liquidar com a Petrobras por partes – venda do pré-sal, de refinarias e de subsidiárias, com a BR Distribuidora e a Araucária Nitrogenadas – de tal maneira que no final das contas o que vai sobrar são restos de uma empresa absolutamente destituída de valor.
No seu afã entreguista, além da liquidação das riquezas do País em favor das empresas imperialistas, o governo ainda promove demissões em massa, como é o caso do que pretende fazer com a Fafen, e o desmantelamento dos direitos trabalhistas conquistados pela categoria dos petroleiros ao longo de sua história de lutas.
A greve desencadeada desde a meia-noite do sábado, 1º de fevereiro, é demonstração de que o governo do fascista Bolsonaro não terá caminho fácil no seu intento. Mais ainda, a reação do governo diante da greve em usar o Judiciário para impor multas de até 500 mil por dia aos sindicatos e a exigência de que 90% da força de trabalho mantenham suas atividades nas unidades da companhia é a prova maior de que a greve tem potencial para se desencadear um grande movimento de luta contra o golpe e todas suas medidas.
Desse ponto de vista, é de fundamental importância superar a política de resistência, de luta isolada, miúda, contra o governo, levada até agora pela quase totalidade da esquerda e pelos sindicatos. O caminho é a mobilização efetiva para por abaixo o governo Bolsonaro e sua política macabra de destruição nacional. Iniciativas dos trabalhadores embora ainda tímidas apresentam o caminho a ser seguido, como são os casos das ocupações da fábrica da Casa da Moeda e da Fafen – PR. As ocupações são um método de luta fundamental da luta de classes.
Os sindicatos e os trabalhadores petroleiros precisam de solidariedade ativa e esse papel cabe a CUT, aos seus sindicatos e todos aqueles que lutam contra o golpe de Estado de 2016. As condições são favoráveis. Existe uma clara tendência de luta como se vê nas greves em andamento. Aos trabalhadores da Petrobras, da Casa da Moeda e da Dataprev devem se somar trabalhadores dos Correios, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Eletrobras e de suas subsidiárias e muitas outras categorias, todas ameaças pelo desmonte que vem promovendo o governo fascista de Bolsonaro.
Por outro lado, uma efetiva campanha ofensiva contra o governo tem de estar calcada na palavra de ordem central e que unifica não apenas os trabalhadores das estatais, mas o conjunto dos explorados do País que é o Fora Bolsonaro.
Portanto, a radicalização da greve com ocupação das refinarias contra o desmonte que o governo pretende promover e a luta pelo Fora Bolsonaro, são duas políticas que se completam na luta para por abaixo o regime saído do golpe de 2016.