Nesta quinta-feira, 8, em sessão encerrada pouco antes das 17 horas, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspendeu o julgamento que irá decidir se o golpista Jair Bolsonaro irá depor por escrito ou presencialmente nas investigações acerca de sua suposta interferência na Polícia Federal (PF). Fux é um dos 11 ministros no plenário do STF. Todavia, para qualquer determinação, são necessários pelo menos 6 votos. Embora o caso se arraste por um tempo, ainda não há data para retomar a votação.
Na ocasião, apenas Celso de Mello, relator do caso, votou pelo depoimento presencial, reafirmando sua posição. A Advocacia Geral da União (AGU) recorreu e Bolsonaro afirmou que o seu testemunho por escrito “não é nenhum privilégio”. Já Marco Aurélio de Mello, por sua vez, enviou seu voto pedindo o depoimento por escrito. Segundo o decano, a decisão pela oitiva não presencial “seria uma deferência ao presidente”.
Bolsonaro passou a ter que explicar essa situação desde que Sergio Moro, na época seu ministro da Justiça, fez a seguinte afirmação: “o presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja o diretor, seja superintendente… E, realmente, não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”.
Em todo caso, a defesa do ex-ministro Sergio Moro disse que ele participou de “uma longa oitiva” em maio, sendo esta presencial. Nesse sentido, pediu equidade de tratamento em relação a Bolsonaro, isto é, que ele deponha presencialmente.