O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, levou à sessão administrativa desta quarta-feira (7) uma proposta, que fará com que as ações penais voltem a ser julgadas pelo plenário do STF, e não mais pelas Turmas.
Dessa maneira, o SFT organiza uma maneira de passar por cima da Segunda Turma, que em maior parte dos casos posicionava-se contra as decisões da Lava Jato de acordo com a política bolsonarista, para assim voltar a reestruturar a operação golpista.
O principal grupo, de Gilmar Mendes e Dias Toffoli, são os principais nomes que articulam o enfraquecimento das investigações. Jair Bolsonaro chegou a declarar que a Lava Jato não tem mais propósito devido a falta de corrupção em seu governo.
Tais declarações revelam novamente um aprofundamento da crise no bloco golpista. A operação Lava Jato teve como principal força a unidade dos setores da burguesia em conluio com os interesses imperialistas. Lula e o PT sempre foram os principais alvos.
Agora, onde as fraudes eleitorais se consumaram, a prisão de Lula não se sustentou, a Lava Jato “perde” parcialmente sua principal função. A principal ferramenta de perseguição política da burguesia agora é disputada entre diferentes setores.
Esta crise é um risco para a própria burguesia, pois em primeiro lugar a Lava Jato não pode simplesmente desaparecer, se não, ficará oficialmente declarado sua função de perseguir o principal partido da oposição. Por outro lado, a necessidade de manter a operação cai na necessidade de atuar na luta no interior da própria burguesia golpista, algo não bem visto por muitos capitalistas.
Estes setores. sobretudo aqueles ligados ao governo de Jair Bolsonaro, são os principais atacados, devido a crise que domina o governo desde as eleições que o elegeram. A tendência é que esta corda de força seja disputada em meio a crise até uma real definição para o governo federal, ainda mais nas próximas eleições. Neste momento, é mais um fato de aprofundamento desta crise.