Em 28 de Janeiro de 1853, na capital Havana, nasce o revolucionário cubano José Martí, filho dos espanhóis Mariano Martí, natural de Valência, e Leonor Pérez Cabrera, natural de Tenerife, nas ilhas Canárias.
Desde muito novo, Martí destacou-se por ser um militante pela independência de Cuba, que há séculos se encontrava sob dominação colonial do Império Espanhol. Em 1869, aos 16 anos de idade, publicou panfletos e a revista Pátria Livre que faziam agitação política em torno das ideias nacionalistas. Em seguida, foi preso e processado pelos espanhóis pela posse de material de propaganda com conteúdo revolucionário. Seu processo resultou em condenação a seis anos de trabalhos forçados, da qual cumpriu seis meses.
Em 1871, com a saúde extremamente debilitada, Martí tem sua pena comutada para deportação na Espanha. Já na metrópole colonial, Martí publica seu primeiro livro, O Presídio Político em Cuba, onde denuncia as crueldades e os sofrimentos do tempo de prisão. Mais tarde, Martí dedicou-se ao estudo do Direito, obtendo o doutorado em Leis, Filosofia e Letras da Universidade de Saragoça em 1874. Seu retorno a Cuba foi marcado por grande tensão e vigilância por parte dos espanhóis, que temiam que sua influência pudesse alavancar a luta que já acontecia.
Como instrumento político para organizar a luta, em 1892, Martí fundou o Partido Revolucionário Cubano (PRC), cujo principal objetivo consistia na libertação de Cuba e presta auxílio à luta pela independência de Porto Rico, as duas últimas possessões coloniais da Espanha na América. Colocava-se também dentre os objetivos do PRC impedir a expansão da influência dos Estados Unidos na região.
Já em 1895, em pleno processo de guerra de libertação, em um encontro com as tropas coloniais, Martí é atingido por um tiro e falece. Seu corpo foi mutilado pelos soldados espanhóis e exibido à população como forma de propaganda política contra o engajamento na rebelião. Seu sepultamento ocorreu na cidade de Santiago de Cuba, em 27 de maio do mesmo ano.
A guerra de libertação nacional de Cuba ocorreu em três processos de luta: a Guerra dos Dez Anos (1868-1878), a Guerra Pequena (1879-1880) e a Guerra de 95 (1895-1898). A rebelião armada contra os espanhóis terminou com a rendição do país europeu em 1898, ano em que os Estados Unidos intervieram em Cuba para impor sua dominação política e econômica.
Oficialmente independente, Cuba, no entanto, passou, na prática, das mãos dos espanhóis para as mãos dos norte-americanos. Meio século depois, completou-se, finalmente, o processo revolucionário cubano, liderado por Fidel Castro e Che Guevara, inspirados no movimento martiano. Em seguida, a revolução amadureceu para posições socialistas e o governo revolucionário expropriou a burguesia e o imperialismo, transformando Cuba em um Estado Operário. Até hoje, o Partido Comunista de Cuba se considera marxista e martiano.