Na última segunda-feira (09), um policial militar a paisana assassinou um vizinho em Brasília, após uma discussão porque a vítima estaria fazendo muito barulho para aquele horário (22 horas). Os dois brigaram, rolando no chão, quando, finalmente, o PM ficou de pé, sacou a arma e abriu fogo.
Kley Hebert Gusmão, a vítima, chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu e morreu. Por sua vez, o policial se apresentou na 21ª DP em Taguatinga Sul, para registrar o caso, e foi liberado, afirmando ter disparado com medo de ter sua arma roubada.
O homicídio ocorre poucos dias após outro registrado também em Brasília, um novo assassinato cometido por um policial militar. Em 28 de novembro, dois PMs abordaram o médico endocrinologista Luiz Augusto Rodrigues e outro homem em frente ao Teatro dos Bancários. Sob a desculpa de que um deles teria apontado uma arma para os agentes, um dos policiais disparou fatalmente contra o médico, que estava desarmado.
Esses dois casos comprovam, pela enésima vez, o quão assassina é a Polícia Militar. Trata-se de um órgão fascista criado com a missão exclusiva de exterminar a população pobre, trabalhadora, da periferia, negra e, de modo geral, qualquer cidadão que seus membros fascistas não considerem que seja um “cidadão de bem”.
Os órgãos do Estado têm o monopólio do uso da força, e esse monopólio é utilizado para reprimir a população, como mostram os dois exemplos acima. São inimigos do povo e sua existência é um perigo para a vida da população. Por isso devem ser extintos.
Além disso, se a polícia usa suas armas para massacrar o povo, seja individualmente ou em massa, como visto na chacina de Paraisópolis, o povo também deve ter o direito de se armar, para justamente se defender dessas barbaridades arbitrárias.
O argumento usado pela direita e propagado pelos papagaios da esquerda pequeno-burguesa, de que os cidadãos armados seriam um perigo para a sociedade, uma vez que qualquer briga ou discussão poderia levar a tiroteios, também se mostra cada vez menos válido. O que acontece é que o povo é vítima da PM e, quando abordado, não tem como se defender, levando geralmente à execução a sangue frio dos cidadãos civis pelos agentes da mão de ferro do Estado burguês.
O povo armado não representa perigo nenhum. A polícia, o Estado armado, com o monopólio das armas, esse sim representa um perigo vital para toda a população. O povo armado representa um perigo somente à burguesia e ao imperialismo, porque isso poderia impedir o massacre do povo, que é um instrumento de controle social para garantir a manutenção da ordem, ou seja, da exploração, da opressão e da propriedade privada dos meios de produção.
Um povo desarmado é alvo fácil para os predadores do Estado assassino. Um povo armado é um povo poderoso, capaz de se defender da opressão e de se libertar.