A pressão para a privatização das empresas estatais só aumentam a cada dia no regime golpista de Jair Bolsonaro. Anunciado há alguns dias pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, o projeto de privatização do saneamento básico do estado contará com R$ 32,5 bilhões, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em concessões à iniciativa privada por 35 anos. No mesmo sentido, segundo o diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, Fabio Abrahão, estão destinados, além do Estado do Rio, mais de R$ 20 bilhões às privatizações do saneamento de Alagoas, Acre e Amapá.
No caso do estado do Rio, a estatal Cedae – Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro –, fusão e integração entre as antigas Esag, Cedag e Sanerj em 1975 e responsável pela captação e tratamento da água, passará a vender a água tratada para concessionários privados ao modelo da privatização do saneamento de Niterói. Nessa direção, 64 dos 92 municípios do Estado, atendidos pela Cedae, serão divididos em 4 blocos concedidos à empresas privadas, que responderão pela distribuição, cobrança de tarifas, coleta e tratamento do esgoto para as prefeituras envolvidas.
A exemplo do modelo de Niterói, do concessionário Águas de Niterói, é de fácil entendimento do quanto a privatização prejudica a população. Segundo, Clovis Francisco do Nascimento, presidente da Federação Interestadual dos Engenheiros (FISENGE), a empresa era beneficiária direta do subsídio do Estado: do valor de R$ 0,01 por mil litros de água vendidos pelo governo do Estado para a Águas de Niterói, o custo para transformar água bruta em água potável para a Cedae se aproximava de R$ 1,50 por mil litros de água tratada, até 2016. Após um ação judicial, passou a pagar pela água bruta R$ 1,20.
Não há dúvida da inescrupulosidade das privatizações, do monopólio para o capital privado. Ao fim, os que sempre pagarão pelo lucro dessas empresas serão os trabalhadores. Mesmo que já tendo acesso ao saneamento sabotado, a classe trabalhadora pagará inclusive pelo lucro sobre os próprios subsídios governamentais que se tenham dados.
Por isso, não há tempo a perder. É preciso mobilizar os trabalhadores para romper de vez com os governos golpistas, com os capitalistas privatistas, com as direções direitistas, e finalmente, com a burguesia. É hora de travar uma batalha final pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas!