Reagindo à ofensiva do governo bolsonarista do Paraná (Ratinho Jr.-PSD), que no dia 18/11 enviou à Assembleia Legislativa (ALEP) três projetos de lei de reforma da previdência dos servidores, os professores e funcionários em educação pública, reunidos em assembleia estadual da APP-Sindicato, aprovaram por unanimidade no último dia 23/11 a greve a ser iniciada nesta segunda (2), com a realização de um ato na terça (3) contra o governo Ratinho.
Os projetos de lei são uma cópia da reforma aprovada por Bolsonaro para roubar todo o povo brasileiro e entre as principais mudanças estão a questão da idade mínima (62 anos para mulheres e 65 para homens), o aumento da alíquota de contribuição de 11% para 14% e a criação de um fundo complementar para os trabalhadores que optarem por receber acima do teto do INSS.
O episódio mostra a tendência à mobilização presente na categoria, que está inclinada a lutar contra o governo bolsonarista do Paraná desde o início. A última greve, derrotada em julho, mostrou que era possível avançar na luta contra o governo. No início Ratinho disse que não dialogaria com grevistas, mas frente a mobilização, procurou a direção do movimento e ofereceu um acordo para o fim da greve.
Naquele momento, nós da corrente Educadores em Luta intervimos na assembleia defendendo a continuidade da greve, uma vez que o recuo do governo (que enfrentava sua primeira crise) diante da mobilização sinalizava sua fraqueza e abria uma oportunidade para a ampliação do movimento.
Também alertamos que suspender a greve naquelas condições sinalizaria para o governo a vacilação do movimento, orientado na capitulação da direção, o que daria fôlego para um governo que, livre da pressão, reagruparia-se para nova ofensiva contra o funcionalismo.
Dissemos que só com a continuidade e a ampliação da mobilização, com um greve que colocasse o governo nas cordas, seria possível mantermos nossos direitos, como à reposição salarial, atrasada há 5 anos.
Ao fazer esta intervenção, vimos que a maior parte da categoria carecia de orientação política. Ao distribuirmos nosso boletim Educadores em Luta e lançarmos a palavra de ordem “Fora Ratinho” nos deparamos com 2 tipos de reações: entusiasmo da base (indignada) e vacilação da direção (mergulhada na política de reformar o governo substituindo seus secretários, o “fora Feder”, secretário da Educação do governo).
A nova ofensiva do governo Ratinho, por um lado, e a disposição de luta dos professores e funcionários (expressa na aprovação da greve por unanimidade), por outro, mostra qual era e é a política correta a ser seguida. É a hora de politizar a pauta da categoria, denunciar esse governo miniatura paranaense dos golpistas e da extrema direita a nível nacional.
Nesta terça (3) todos ao Ato Estadual em Curitiba. Mobilizar a base pela derrota do governo Ratinho de conjunto. Não à reforma da previdência! Fora Ratinho!