Em Florianópolis, Santa Catarina, uma das muitas capitais estaduais do Brasil governadas pela direita, vemos na situação que encontra-se o funcionamento precário das creches um reflexo da política golpista que vem entregando o controle de instituições importantes para a vida do trabalho nas mãos da iniciativa privada.
As creches em geral sempre foram um alvo fácil do sucateamento e da total destruição. No Brasil, as creches são conhecidas pelo seu caráter de serem verdadeiros depósitos de crianças, sobretudo nas regiões periféricas, onde se aproveitando da urgente necessidade dos trabalhadores, principalmente no caso da mulher, de arranjar um local para deixar deu filho durante o dia enquanto a mesma trabalha, os órgãos públicos tendem a largar as crianças da periferia em locais totalmente precarizados, com funcionários que sofrem das condições péssimas de trabalho junto a um salário irrisório.
Toda essa série de fatores na capital catarinense vem combinada a entrega destas creches a iniciativa privada, do desvio de milhares de reais para associações “laranjas”, que são criadas unicamente para se aproveitar dessa situação.
O primeiro ponto que é evidente a este respeito, é a manobra baixa da direita, que utilizando estas chamadas “organizações sociais”, cria um esquema mafioso, capaz de desviar milhares de reais dos cofres públicos para a mão de setores empresariais, tudo isso enquanto buscam esconder o fato disso representar uma privatização. Ou seja, é um esquema em que a direita tenta privatizar o serviço sob a propaganda de estarem entregando para “organizações sociais”, uma típica farsa.
O caso da cidade de Florianópolis já vem rendendo críticas por parte da população, que sofre os danos causados pela ação da associação logo no início de sua “gestão”. A prefeitura da capital entrou em um acordo com a ASB (Associação São Bento), uma empresa criada em Porto Alegre e que nos últimos anos se envolveu em uma série de escândalos no estado gaúcho. Atualmente, tal organização é denunciada pelo ministério público do Rio Grande do Sul como uma empresa “laranja”, utilizada para captar e desviar recursos públicos, além disso foi denunciada pelos gaúchos pela grande precarização das creches, do serviço mal remunerado e de péssima qualidade, devido as condições em que os trabalhadores eram postos.
Em Florianópolis o mesmo já ocorre, atualmente os locais que estão sob o controle da associação são: Tapera, Santa Vitória na Agronômica, Sol Nascente no Saco Grande, do Rio Tavares e a Antonieta de Barros na Vila Aparecida.
Alguns destes já começaram a funcionar, e junto com sua abertura logo veio as reclamações. Os funcionários são contratados sem concursos públicos, postos em situações precárias de trabalho e com um baixíssimo salário, já as crianças sofrem das péssimas condições em que as creches passam, devido ao abandono da prefeitura em relação a elas.
Dessa forma, o Instituto de Educação e Saúde Vida (ISEV) tem seus recursos desviados e a situação das creches na capital catarinense seguem o mesmo caminho de toda a educação em território nacional, duramente atacada pelo golpe de Estado e pela política da direita golpista.