Nesta segunda-feira (25/11), em entrevista coletiva, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro afirmou que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para que o Governo Federal aplique as ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reintegração de posse no campo brasileiro.
“Como sempre os governadores protelam para cumprir a decisão judicial, quase sempre, quase como regra, pode ser o governador, o próprio presidente, pelo nosso projeto, a criar a ‘GLO Rural’”, afirmou o fascista Bolsonaro.
A GLO é uma medida onde as Forças Militares vão as ruas, possuem o poder de polícia e as pessoas ficam sujeitas a ação truculenta e criminosa sem poder se defender, já que no campo a cobertura dessas ações seriam limitadas, pois ocorrem em locais de difícil acesso, sinal de celular e internet quase nulos. Ou seja, as famílias ficaram à mercê dos militares.
Um primeiro ponto importante é que Bolsonaro visa federalizar as reintegrações de posse, que estão a cargo dos governos estaduais, que segundo o fascista ‘não estão realizando da maneira e com a rapidez necessária’. Ou seja, quer fazer reintegrações violentas e com extrema rapidez. Um bom exemplo foi o despejo violento realizado na região Norte da Bahia, nos munícipios de Casa Nova e Juazeiro, onde os trabalhadores sem-terra ligados ao MST foram brutalmente despejados de uma área que ocupavam a mais de 10 anos numa operação realizada de maneira criminosa entre Polícia Federal, Polícia Militar e uma milícia formada por pistoleiros da região.
O segundo ponto é colocar as forças armadas nas áreas de conflitos de terra para defender os latifundiários. A ação das Forças Armadas na repressão aos movimentos de luta pela terra seria de maior efetividade na violência e intimidação das famílias e suas lideranças.
Um terceiro ponto é a complementação desse processo dando o aval aos militares matar sem sofrer as consequências os integrantes das ocupações através do excludente de ilicitude, que pode amenizar e até isentar a pena de policiais ou militares que cometam assassinatos em serviço.
Com essa medida, Bolsonaro quer esmagar com toda a força os movimentos sociais de luta pela terra implantando uma ditadura contra ocupações de terra de trabalhadores sem-terra, indígenas e quilombolas que lutam pela demarcação de seu território e um pedaço de terra para trabalhar.
A extrema-direita se prepara para um avanço das mobilizações como estão acontecendo em toda a América Latina. Os trabalhadores não vão ficar paralisados diante dos ataques e da crise econômica e tendem a entrar em mobilização. Cabe a esquerda organizar os trabalhadores e ir as ruas para derrotar Bolsonaro e a extrema-direita que tem a clara intenção de impor um regime fascista no Brasil.
É preciso reagir e confrontar a direita, assim como estão realizando os petroleiros diante da ditadura imposta na greve de cinco dias e dos trabalhadores sem-terra do MST da Bahia que diante dos despejos violentos fecharam rodovias em todo o Estado como resposta a esses ataques.
A luta deve ser intensificada e deve haver resposta nas ruas as operações criminosas da direita Bolsonarista, somente assim os trabalhadores devem derrotar a ‘GLO Rural’ e a licença para matar, e o governo Bolsonaro, responsável por todos esses ataques.