Polarização no Reino Unido

Manifesto de Corbyn mostra deslocamento à esquerda dos trabalhistas

Corbyn lança manifesto nas vésperas das eleições e dá importante guinada à esquerda frente à crise do imperialismo britânico.

Nas vésperas das eleições que ocorrerão no dia 12 de dezembro, Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, lança ao público um grande manifesto, de 107 páginas, das quais defendem uma série de programas populares para o Reino Unido. As propostas espantam os capitalistas e demonstram uma radicalização da base trabalhista representada por Corbyn, líder sindical e uma das figuras mais à esquerda do regime britânico. Além disso, serve como uma firme base para o partido que, a algumas semanas da eleição, encontra-se muitos pontos atrás do candidato conservador, Boris Johnson.

O lançamento deste manifesto é uma importante guinada à esquerda que Corbyn já havia pretendido fazer há algum tempo, sobretudo após a vitoriosa campanha interna dentro do partido que o fez derrotar mais de uma vez a ala da direita trabalhista, pondo um fim no programa neoliberal que por muito tempo dominou o partido assim como todo país.

Em sua campanha, Corbyn traz consigo uma série de medidas que buscam reverter o processo de empobrecimento que vive as camadas mais pobres do Reino Unido, como também contra-atacar os planos neoliberais que desde o governo de Margaret Thatcher são responsáveis por privatizar as principais empresas do país, iniciar o processo de destruição dos programas sociais do governo, levando ao fim do período do chamado “bem estar-social” que pendurou no país até o estouro de uma nova grande crise mundial do capitalismo.

Após a crise de 2008 a situação para os trabalhadores britânicos piorou ainda mais, e a falta de uma real oposição de esquerda culminou no fortalecimento de setores direitistas, que baseados em uma forte campanha demagógica davam como solução para os problemas sociais o Brexit.

Agora já encaminhado, a saída do Reino Unido da União Europeia não é um consenso entre os trabalhistas que, graças a pressão da direita, falham em não tomar um posicionamento firme a respeito do assunto, não propondo um programa conciso para a classe trabalhadora, deixando-a hora a reboque da demagogia da extrema direita, e hora atordoada pela campanha da imprensa imperialista.

Contudo, com este manifesto Corbyn deseja reverter esta situação, e entregar um programa para a população que reflita os seus reais anseios.

Fim da austeridade, taxações das empresas e dos ricos, além de um grande pacote social:

Corbyn anunciou um manifesto que certamente é um dos mais a esquerda que o partido já viu nos últimos tempos. Dentre as propostas chama a atenção a forte crítica do programa a política de austeridades, muito acentuada após a crise de 2008, além de taxação sobre heranças e um aumento do imposto de renda sobre aqueles que recebem mais de 80 mil libras por ano, criando uma fonte de arrecadação de bilhões de libras que será utilizada para bancar os grandes projetos sociais.

Já sobre as empresas, Corbyn anunciou que pretende estatizar as ferrovias e a distribuição de água e energia, visando para que “elas funcionem para o povo”, revertendo assim privatizações que existem há décadas no país. Além disso, garante aumento progressivo dos impostos em cima das grandes empresas, chegando a até 26%.

Outro ponto muito importante é a respeito dos pacotes sociais. Com eles Corbyn pretende levar internet de ótima qualidade e gratuita para toda a população, com tudo pago pela taxação das grandes empresas, além de a criação de um salário mínimo por hora de 10 libras (54 reais) junto ao aumento de 5% dos funcionários públicos e cerca de 100 mil moradias socias e 50 mil casas populares por ano.

Sobre a UE, Corbyn deixa claro que pretende chamar novo plebiscito com a oportunidade de rejeição a saída assim como um programa completamente diferente do proposto pelos conservadores caso sejam decidido em favor do Brexit.

Dessa forma, Corbyn desloca-se corretamente à esquerda em meio a crise que vive o imperialismo britânico, junto aos trabalhistas que passam a dar uma alternativa real a classe operária britânica.

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